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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Polícia Militar fala sobre apreensões de motos de trilha

Utilização de veículos sem identificação e acessórios em ruas e avenidas gera grande polêmica

Marcello Medeiros

Os debates nas redes sociais estão “fervendo” nos últimos dias, mas não por conta de mais um afastamento e exemplo de falta de comprometimento do prefeito Mário de Oliveira Tricano com o município. O motivo de grande discussão em postagens feitas em páginas policiais ou até em grupos que nada tem a ver com esse tipo de assunto, como os de classificados, é uma operação realizada pela Polícia Militar no último fim de semana que terminou com a apreensão de seis motocicletas utilizadas para prática esportiva. Segundo vem sendo compartilhado, as conhecidas “motos de trilha” foram flagradas em circulação pela PM na Avenida Lúcio Meira, encontro com a Rua Manoel José Lebrão, nas proximidades de um posto de gasolina. De acordo com o CTB, não é permitida a utilização desse tipo de veículo no trânsito pela inexistência de qualquer identificação e também acessórios como seta, farol e retrovisores, por exemplo. Apesar da previsão em lei, muitos tentaram argumentar e saíram em defesa dos motoqueiros, destacando inclusive trabalhos sociais feitos por eles nos últimos anos. Mas, para o Comandante do 30º Batalhão de Polícia Militar, uma coisa não tem nada a ver com a outra. “Nós temos aí várias áreas em Teresópolis utilizadas por trilheiros, locais onde eles têm permissão para utilizar essas motos, para circular nesses trechos restritos. Então, como já é amplamente sabido, não podem ficar circulando com esse tipo de motocicleta, sem nenhum tipo de identificação, sem placa, na zona urbana. Tendo em vista que temos uma equipe de fiscalização voltada justamente para coibir infrações de trânsito diversas, inclusive como essa, não tem como não fazer cumprir a lei e apreender esses veículos”, pontuou o Coronel Marco Aurélio.
Conduzir em via pública veículo que não esteja registrado e devidamente licenciado constitui infração gravíssima, tipificada no Artigo 230, inciso 5º, do Código de Trânsito Brasileiro, estando sujeito o infrator às penalidades de multa e apreensão do veículo. Dessa forma, para evitar aborrecimento e prejuízo financeiro, visto que as motos apreendidas em Teresópolis são levadas para o pátio do Detran em Nova Friburgo, o ideal é seguir a regra de colocar as motos em reboques e carretinhas e as descer apenas nas proximidades de acessos de locais como Vale da Lua, na Quinta da Barra, e Sete Torres, na Posse, por exemplo, sendo esses dois dos vários points utilizados por esse público no município.
O Coronel Marco Aurélio lembra ainda que tem conhecimento que a maioria das pessoas que pratica esse esporte em Teresópolis é de bem, muitos empresários, comerciantes, profissionais liberais e até policiais militares, utilizando as motos somente no fim de semana para o lazer, mas isso não impede que seja cumprido o que prevê o Código de Trânsito Brasileiro. Ele lembra que não há como utilizar dois pesos e duas medidas em uma operação de trânsito. Por exemplo, se um motoboy que utiliza seu veículo para trabalhar passar com sua Honda CG Titan sem placa pela guarnição do 30º BPM em plena Avenida Lúcio Meira, terá sua moto apreendida. E assim deve acontecer com uma CRF 240 equipada para trilhas que deveria estar sendo transportada em um reboque até o local onde pode enfim ter toda sua preparação testada. “Ou seja, é uma situação normal. Também sou motociclista e minha moto está documentada, com placa, com tudo direitinho. Não posso me dar ao luxo de andar com minha moto sem placa, assim como essas motos sem placa são para um local específico, não para se utilizar na área urbana”, completou.
Não há impedimento legal para a fabricação, comercialização e utilização de veículos para práticas desportivas ou mesmo para o lazer, em locais que não sejam considerados vias públicas, como as pistas de competição e as chamadas trilhas. No caso de Teresópolis, ainda há uma tolerância para estradas de terra batida na zona rural. Em todos esses locais, porém, o proprietário obrigatoriamente tem que estar de posse da nota fiscal da motocicleta, comprovando sua procedência.

“Aceleradas” para os dois lados
Nas muitas postagens sobre o tema onde houve grande discussão e os dois lados envolvidos tiveram muitos apoiadores. Para os motoqueiros e seus defensores, o esporte já é tradição em Teresópolis e, além disso, “em 2011 os trilheiros ajudaram muita gente na Tragédia”. O trabalho de transporte de alimentos, roupas e até pessoas na zona rural do município na maior catástrofe natural do país, quando estradas ficaram intransitáveis para veículos comuns, foi bastante citado. “Agora ninguém lembra deles, né? Tinha que ter mais tolerância e não sair apreendendo e ainda mais levando as motos para outro município”, relatou uma internauta, recebendo a réplica logo a seguir. “Se fosse assim, o pessoal da Cruz Vermelha poderia fazer o que quisesse no trânsito, pois ficaram muito mais tempo se voluntariando e em diversos lugares. Estão confundindo as coisas”, pontuou outro usuário do Facebook.
Além de citar o que prevê o Código de Trânsito Brasileiro, alguns debatedores relataram grandes distâncias percorridas nos veículos sem qualquer tipo de identificação. “Aí o cara mora lá no Alto e vai fazer trilha na Posse, podendo então atravessar a cidade toda sem placa, sem seta, sem retrovisor… Se um cara desses atropela alguém e foge, fica como?”, questionou um internauta. “Eu acho que a polícia tem é que subir morro para prender bandido”, esbravejou outro. 

Número de prisões recorde em São Pedro
Reportagem publicada pelo jornal carioca Extra na semana passada destacou o grande número de prisões por tráfico de entorpecentes no estado, colocando o Bairro de São Pedro em terceira colocação – de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Entre janeiro de 2016 e abril deste ano, quase 30 mil pessoas foram atuadas por esse tipo de crime em território fluminense e, na divisão por bairros, a comunidade mais populosa de Teresópolis registrou 233 prisões, ficando atrás apenas da região central do Rio de Janeiro (262) e Bangu (559). Para o 30º BPM, o grande número de acusados de envolvimento com tráfico levados para a cadeia reflete a confiança da população no trabalho da corporação. “Esse número foi bem expressivo se comparando à realidade do Rio de Janeiro, pois sabemos que aqui não temos a realidade da criminalidade de lá, mas prova mais uma vez que nosso trabalho é fundamental no combate à criminalidade, na assistência à população, na rápida averiguação das denúncias de crimes cometidos em nosso município. É mais uma surpresa boa para quem mora aqui e mostra novamente que nosso batalhão trabalha muito e está muito aplicado em atender aos chamados”, destaca o Tenente Barros, responsável pelo setor de comunicação do quartel. 

 

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Edição 24/04/2024
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