Em outubro do ano passado, o governador Wilson Witzel esteve em Teresópolis e, ao lado do prefeito Vinicius Claussen, anunciou a retomada do projeto “Limpa Rio”. A promessa, porém, não saiu do papel até agora. Além disso, mesmo que os políticos tivessem cumprido o serviço tão almejado pelos teresopolitanos, a maioria dos bairros onde há cursos d´água não seria contemplado – segundo cronograma divulgado na ocasião. Por conta da falta de atenção e consideração com a maior parte das comunidades que sofre no período de chuvas fortes com o medo de transbordamento dos rios, moradores da Fonte Santa se uniram para desobstruir o córrego que atravessa a comunidade e remover boa parte do assoreamento – reflexo de anos de abandono do poder público. As imagens ganharam as redes sociais no início da semana e tiveram bastante repercussão, tanto pela importante atitude dos populares quanto pela incompetência da gestão municipal em cuidar da maioria dos bairros. “A turma está de parabéns, pois se depender dessa turminha da prefeitura o rio vai chegar ao nível da rua. Semana passada o prefeito apareceu na Quinta-Lebrão, fez uma fotinha ao lado da retroescavadeira e foi embora, sendo que o serviço não passou muito além disso. Para muita gente, foi até surpresa ele aparecer aqui, visto que parece desconhecer que Teresópolis vai além do bairro do Alto, onde mantém seu luxuoso restaurante”, comentou em publicação sobre o mutirão o internauta Antônio Andrade.
Com pás, enxadas e ferramentas de corte, os moradores da Fonte Santa desobstruíram grande parte do rio, tentando fazer, dessa maneira, que a água corra com mais facilidade e seja amenizado assim o problema dos alagamentos nos dias de chuva mais forte. “A prefeitura nunca fez nada pra Fonte Santa, mas na hora do voto está ali. Acorda moradores, não vota em ninguém”, pontuou Reinaldo dos Santos em outra publicação, em página de repórter local. “Chegou a verba que governador mandou pra limpeza de Rio, foi pra onde”, questionou outro internauta, Luiz Vieira.
A promessa do governo estadual é que, através do INEA, seria limpo o Paquequer, o Córrego Príncipe (Entre Campo Grande e Cascata do Imbuí), o Rio Imbuí (Região do Caleme) e o curso d´água que atravessa as localidades de Bonsucesso e Vieira. Porém, apesar dos conhecidos riscos no período de chuvas fortes, o serviço, que já estava bastante atrasado em outubro passado, sequer foi iniciado. Como é facilmente perceptível, trabalhar o desassoreamento apenas desse cursos d´água apenas amenizaria o problema em alguns pontos, continuando os alagamentos em diversos locais onde há rios e sistemas de bueiros que precisam ser desobstruídos, como Tenente Luiz Meirelles e Manoel José Lebrão, só para citar dois casos.