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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Jacarandá, um lugar para visitar em qualquer estação do ano

Banho de rio, trilhas curtas, áreas para piquenique… Floresta protegida pelo PETP é espetacular!

“Sente a paz desse lugar / Dá vontade de ficar pra sempre / Saio pensando em voltar / É um sonho, um paraíso”. Os versos iniciais de “Simples assim”, de Pedro Pondé, comuns em milhares de publicações em redes sociais sobre locais de beleza cênica impactante ou uma aconchegante tranquilidade, se encaixam muito bem em vários cantinhos de Teresópolis. E um desses lugares que deixa sempre o gostinho de “quero mais” é a Floresta do Jacarandá, que desde que passou a ser protegida pelo Parque Estadual dos Três Picos, 22 anos atrás, ganhou toques que deixaram ainda mais especial o que já seria único simplesmente pela beleza natural de um fragmento de Mata Atlântica bem diferente de outros que compõem o mosaico verde da nossa região. Com muitos trechos planos, essa região tem composição de fauna e flora diferentes da escarpada Serra dos Órgãos, por exemplo, além de um grande volume d´água que faz com que este seja um daqueles lugares que pode ser visitado em qualquer estação do ano.
A Floresta do Jacarandá já era protegida por uma APP desde 1985, incorporada pelo PETP em 2002. Com a presença da unidade de conservação ambiental administrada pelo governo estadual, foram feitos investimentos para manutenção de trilhas e criação de pontos de interesse turístico, como áreas para banho e piquenique ao longo da estradinha que por um bom trecho serpenteia lateralmente cursos d´água e nascentes. Para quem gosta de se refrescar em um ambiente natural, as dicas são a “Cachoeira das Pedras”, a “Prainha” e o “Laguinho”, onde a calmaria do pequeno rio é um convite a passar horas escutando apenas o barulho do escoar e da rica fauna ao redor.

Entre rios, cachoeiras e locais para piquenique, boas opções de caminhada no Jacarandá. Foto: Marcello Medeiros/Acervo Mochileiro

Trilhas
Além de caminhar por cerca de dois quilômetros pela estrada que leva a um antigo ponto de captação de água, outrora da Cedae e atualmente administrado pela Águas da Imperatriz, há trilhas laterais aos rios e também duas, digamos, mais desafiadoras. Elas levam até o Pico do Urubu, a 1.369m de altitude e de onde se avista majestosamente a Serra dos Órgãos, ou até a sede Vale da Revolta do Parque dos Três Picos, havendo nesse segundo caso uma travessia de 4,5 quilômetros – se for percorrida apenas em um sentido, logicamente.

Recentemente, estive na “Prainha” com amigos do Centro Excursionista Teresopolitano. Foto: Marcello Medeiros/Acervo Mochileiro

Onde fica
Para acessar a Floresta do Jacarandá, há duas opções. Uma delas, para quem gosta de longas caminhadas, é a citada travessia. Nesse caso, além dos nove quilômetros (ida e volta), é preciso somar o que for feito na estrada do Jacarandá ou entorno. Ou seja, essa é uma dica para quem está com o preparo físico em dia. O acesso mais fácil pelo bairro do Meudon, seguindo direto pela Rua Tupi. Na portaria do PETP, é possível deixar o veículo em local seguro para aproveitar o restante caminhando. Para quem for de ônibus, é preciso caminhar um pouco mais, sendo utilizado o veículo que faz a linha Coréia, descendo antes de ele pegar a Rua Tamoio.

Porquinho, fique em casa
Desde que comecei a escrever sobre montanhismo e outros esportes de aventura, duas décadas atrás, sempre tive o objetivo de apresentar ao teresopolitano – e atualmente atingindo cada vez pessoas de fora – as maravilhas que temos em nossa região. É preciso conhecer para valorizar. Não se defende o que não se conhece, o que não se ama. Porém, no lugar da mentalidade “montanhas para todos”, cada vez mais encabeço a campanha “montanhas para todos, mas não para todo tipo de gente”. Se você acha que pode arrancar plantas, deixar garrafas, latas ou qualquer outro tipo de lixo que estava na sua mochila nos ambientes naturais, fique em casa. Quem não respeita um ambiente cercado de vida e possibilidades, não merece estar lá. Natureza também não é lugar de som alto. Quer escutar música, fique em casa. Em trilhas, rios e cachoeiras, deixe-se embalar pelo canto dos pássaros, pelo barulho da água batendo nas pedras, das árvores sendo balançadas pelo vento… Viva a essência dos lugares e os preserve para que as futuras gerações também possam conhecê-los. Para saber mais sobre esse e outros roteiros, acesse o Instagram @mochileiro_marcello

Edição 23/11/2024
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