Se há um ditado que contraria tudo o que se observa no mundo, esse ditado é “ A voz do povo é a voz de Deus”. Antes fosse.
Hoje, dia em que escrevo este artigo, é dedicado à memória da crucificação e morte de Jesus Cristo, resultado de um julgamento com base em leis elaboradas pelos tiranos de então, e repletas de hipocrisia. O juiz, um covarde de nome Pilatos, deixou com o povo a decisão sobre quem deveria ser anistiado e retirado da prisão e quem deveria ser crucificado. O povo escolheu crucificar Jesus Cristo. O crime? Nenhum, isso dito pelo próprio juiz. Acusação? Jesus afirmar-se filho de Deus. Contudo, quem não acreditou que seria, ouviu a confirmação do próprio Deus no momento da crucificação e a reafirmação com a vitória de Cristo sobre a morte, momento que será relembrado no domingo.
Portanto, no julgamento e condenação de Cristo a voz do povo não foi a voz de Deus. Como também não o é, quando o povo escolhe os governantes, ao contrário do que muitos dos escolhidos afirmam com ares de convicção. Houve sim um tempo na vida do povo de Israel em que Deus escolheu e o povo chancelou. Assim foi com Saul e com Davi. É o que está dito nas Sagradas Escrituras.
Entretanto, há pelo mundo quem também se considera escolhido por Deus para liderar um povo. Vamos à primeira carta de Paulo aos Coríntios para saber o que nisso tudo importa:
“Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?
Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento…”
Portanto, pertinente é saber que Deus é Deus e que Jesus Cristo é filho Dele. Diante disso, há quem se considere também filho de Deus e, portanto, irmão de Cristo. Sobre isso, Cristo afirma: “Ouvistes o que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus…”
Que Deus nos abençoe. Dele estamos a precisar demais neste tempo em que muitos se julgam deuses ou ungidos pelo único verdadeiro.