Luiz Bandeira
Sob coordenação do Delegado Titular Márcio Dubugras e do Delegado Adjunto Guilherme Ferrite, agentes da 110ª Delegacia de Polícia prenderam em flagrante um homem acusado de se apropriar indevidamente de bens e valores de um casal de idosos. A prisão foi realizada no bairro Vale da Revolta, em Teresópolis. Segundo a Polícia Civil, o criminoso se aproximou de um casal de idosos com um ‘discurso religioso e comportamento amigável’. Segundo as investigações, após conquistar a confiança das vítimas, ele utilizava artifícios enganosos para obter dados pessoais e imagens dos rostos das vítimas. Com essas informações, conseguia cadastrar aparelhos celulares em nome deles e, assim, ter acesso total às contas bancárias, por onde recebia aposentadorias, benefícios do INSS e outros valores. “O autor se valia da boa-fé das vítimas, inclusive se apresentando como pastor. Ele frequentava a casa do casal, tomava café, almoçava com eles, e ao mesmo tempo manipulava as contas bancárias por meio do próprio celular”, explicou Guilherme Ferrite.
O prejuízo estimado ultrapassa os R$ 100 mil. Parte do dinheiro foi obtida através de transferências via Pix e empréstimos contratados indevidamente em nome das vítimas. Ainda segundo a polícia, para ocultar a origem ilícita dos valores, o golpista abriu uma empresa de fachada, configurando também o crime de lavagem de capitais.
O Delegado explicou que o estelionatário iniciou o contato com os idosos em um ambiente comercial, e depois passou a frequentar a residência das vítimas, onde compartilhava refeições e momentos religiosos. “Ele se apresentou como pastor e criou uma relação de amizade verdadeira com os idosos. A partir daí, teve acesso ao celular deles, sob o pretexto de ajudar com tarefas simples, como aumentar o volume, fazer ligações ou mexer em aplicativos”, afirmou Ferrite.
Patrimônio incompatível
O criminoso, que estava desempregado, mantinha em sua residência bens de alto valor e aparelhos eletrônicos novos, incompatíveis com sua realidade econômica. “Durante o flagrante, encontramos indícios claros de ocultação patrimonial. Ele utilizava a empresa fictícia como meio para lavar o dinheiro obtido com o golpe”, detalhou Ferrite, revelando ainda que a Polícia Civil sempre dá a oportunidade ao acusado apresentar algum tipo de prova de inocência, porém quando o estelionatário abriu seu celular para argumentar sua inocência, os agentes perceberam que haviam seis aplicativos de bancos, todos no nome dos idosos. “Ele operava ali os bancos em nome das vítimas do próprio celular dele, então ele tinha grande liberdade sobre o dinheiro dos idosos”.
Sanções previstas
O estelionatário foi autuado pelos crimes de apropriação indébita qualificada por envolver pessoa idosa (artigo 102 da Lei nº 10.741/03 – Estatuto do Idoso) e lavagem de capitais (artigo 1º, §1º, inciso I da Lei nº 9.613/98). Após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue com as investigações, e há indícios de que outras vítimas tenham sido lesadas pelo mesmo esquema. Buscas estão sendo realizadas para localizar novos elementos que confirmem a atuação em série do criminoso.
Muita atenção
A Delegacia reforça o alerta para familiares de pessoas idosas: “É essencial que os familiares fiquem atentos à movimentação financeira dos idosos e que orientem sobre os riscos no uso de celulares e aplicativos bancários”, alertou o Delegado Guilherme Ferrite.
