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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Com mais chuvas, maior preocupação com o Aedes aegypti

Locais com água parada podem contribuir para a proliferação do vetor de diversas doenças

Marcello Medeiros

Junto com o Verão, a estação mais quente e esperada pelos fãs de praias e cachoeiras, volta também um pesadelo… A alta proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya, doenças que debilitam e podem deixar sequelas graves, além do risco de morte. Em 2018, o governo estadual está em alerta para uma epidemia de chikungunya. A orientação é reforçar a eliminação de criadouros dentro e ao redor de casa. “Estamos chegando agora no período de maior risco de transmissão, que aqui no estado Rio de Janeiro ocorre no final de fevereiro, nos meses de março e abril e é, portanto, que esse mês de janeiro, agora, é fundamental para que as ações [de prevenção] sejam intensificadas”, disse o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado do Rio, Alexandre Chieppe. “A população não tem imunidade para o vírus chikungunya. Portanto, é um vírus que preocupa”.

Em Teresópolis, porém, não há informação sobre ações de prevenção. Esta semana, por exemplo, recebemos solicitação de um leitor sobre o tema e encaminhamos para a Secretaria Municipal de Saúde, através da Assessoria de Comunicação. Dois dias depois, período em que milhares de mosquito já podem ter se proliferado, não recebemos nenhuma resposta sequer. A denúncia encaminhada à redação do jornal O DIÁRIO e DIÁRIO TV é referente à laje de um edifício em plena região central do município. As imagens mostram grandes “piscinas”, uma enorme quantidade de água acumulada em pontos de desnível da cobertura. Segundo o leitor, o caso foi reclamado diretamente ao setor de zoonoses, mas nenhuma ação teria sido realizada. 

Prevenção

A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

Situação favorável

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Rivaldo Venâncio explica que o estado do Rio tem todas as características que favorecem o Aedes. A reprodução do mosquito depende do calor, comum no verão, assim como chuvas e temporais. É que as larvas do mosquito precisam da água para se desenvolver. O médico infectologista faz coro ao programa que incentiva pessoas a tirarem dez minutos para eliminar focos em casa, em pratos de plantas e no lixo.

Depois de um período de estabilidade, Venâncio alerta que a população não está livre da dengue, mas tem uma imunidade maior. Como a dengue já circulou no estado, principalmente os tipos 1 e 4, a tendência é que crianças sejam as mais afetadas. A zika também merece cautela, lembra. “É muito cedo para dizer que não teremos mais uma epidemia. Tem muita gente com zika sendo diagnosticada com dengue”, denuncia, preocupado com falhas na atenção básica, por conta de cortes no orçamento da saúde.
Também pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira explica que a transmissão das arboviroses como as citadas ocorre quando o mosquito pica uma pessoa infectada e depois uma outra, passando a doença. “Por isso, em uma epidemia, a chance de o vírus se espalhar é maior”. Ele coordena, no Rio, um projeto que libera mosquitos infectados com a bactéria wolbachia, inofensiva ao homem, mas que impede a transmissão dos vírus pelo Aedes.

 

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Edição 23/11/2024
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