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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Dor de cabeça e o uso do canabidiol

Neurocirurgião entrevistado pelo programa Hélio Carracena, da tevê Diário, Guilherme Wanderley salienta a importância de não banalizar as dores de cabeça

Wanderley Peres

Conceituado neurocirurgião, diretor da GM Medical Center, na rua Fernando Martins, na Várzea, o médico Guilherme Wanderley participou do programa Hélio Carracena, da Diário TV, nesta quarta-feira, explicando sobre as dores de cabeça e alertando para a necessidade de se prestar mais atenção à doença e o risco da automedicação, porque a dor é um sintoma de que algo está errado e o problema precisa ser investigado na origem e não na sua causa.
Tema polêmico, mas urgente de ser melhor entendido pela sociedade, porque os resultados têm sido muito promissores também nas dores crônicas, além do tratamento do autismo e epilepsia, o uso do canabidiol no tratamento das dores de cabeça também foi abordado pelo médico, graduado em medicina pela Gama Filho em 1992 e especialista em Neurologia pela Uerj, com passagem pelo Hospital Benjamin Franklin, de Berlim, Alemanha.

Entrevista durante o programa Hélio Carracena na Diário TV está disponível no Youtube

“É importante a pessoa investigar a causa da dor de cabeça. Não adianta apenas ficar tomando remédios paliativos, pois assim se está simplesmente remediando e mascarando a doença. É necessário investigar a origem e trata-la. Muitas vezes a origem pode ser até mesmo a alimentação equivocada. Toda dor de cabeça deve ser avaliada e investigada, com exames próprios de imagens e colhimento de informações do histórico do indivíduo. A enxaqueca, por exemplo, é avaliada através de um diagnóstico de exclusão, ou seja, é preciso fazer uma bateria de exames que descartem diagnósticos mais graves como tumor cerebral e aneurisma. Assim, ao ser analisado que não há nenhuma outra causa acima disso, a enxaqueca é registrada”, ressaltou o Doutor Guilherme Wanderley, que entende ser de suma relevância a conscientização da população de que dor de cabeça é um sinal de alerta do nosso corpo para algo que está errado. “Por isso a automedicação é tão maléfica nesses casos. E não se pode nem deve ser descartado o necessário auxílio médico”, diz o neurocirurgião. “Essa é a minha principal preocupação ao vir a público para compartilhar o conhecimento sobre esse assunto relacionado a dores de cabeça, para que parem de banalizar esse sintoma, pois ele pode ser apenas a ponta de um iceberg”, concluiu.

Há muitos anos o uso de produtos derivados da Cannabis sativa é estudado para fins medicinais. Ao contrário do que muita gente pensa, inclusive ouvintes do programa Hélio Carracena, que se viram interessados ou instigados pelo assunto, o canabidiol não é a maconha em si, daí ser preciso entender mais sobre o assunto, desmistificar o uso e saber a importância dessa substância para o tratamento de diversas doenças.
“Diferente dos medicamentos convencionais, o canabidiol quase não causa efeito colateral no paciente e nem dependência química – ao contrário do que muita gente acredita. Ou seja, é um produto que ajuda na prevenção do desenvolvimento ou combate de várias doenças, tem efeito terapêutico e não prejudica a qualidade de vida do paciente”, explica a Escola de Educação Permanente FMusp, que aponta para os dois produtos mais usados para terapias na medicina, o canabidiol (CBD) e o tetra-hidrocanabinol (THC) – no uso terapêutico. “A quantidade de THC nos remédios é de 0,3%. No cigarro de maconha, pode ter de 10 a 15%”, explica o Dr. Renato Anghinah, coordenador do Curso de Medicina Canabinoide da EEP e Professor Livre Docente da FMUSP. 

Uso de canabidiol no Brasil
O Brasil não fabrica o canabidiol – oferece apenas o CDB isolado envazado no país, que não serve para o tratamento de todas as doenças. Há fabricantes, como ONGs que oferecem o produto, mas sem a mesma condição técnica de fabricação que os laboratórios têm, gerando mais impurezas e imprecisões em relação ao seu conteúdo. No entanto, é possível de modo relativamente simples importar todos os produtos para uso médico, beneficiando os pacientes da sua correta indicação. Muitas patologias exigem mistura entre CBD e THC – esse é o chamado full spectrum, e só há importados com aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para pacientes cadastrados.


Curso de Canabidiol 
A Escola de Educação Permanente é a primeira instituição no Brasil a organizar um curso conduzido por médicos, nos moldes científicos de um curso teórico ligado a uma instituição de ensino, totalmente apoiado pela Medicina Baseada em Evidencias – o Curso de Medicina Canabinoide -, que é especificamente voltado para os profissionais de medicina e odontologia. É uma forma de discutir de maneira séria e científica o uso de produtos derivados da cannabis no tratamento de doenças e sintomas. Veja mais em https://eephcfmusp.org.br/portal/online/canabidiol-no-tratamento-de-doencas/

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Edição 21/11/2024
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