Luiz Bandeira
O imóvel que abriga há décadas a Agência da Previdência Social do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Teresópolis chama atenção pelo visível estado de deterioração. Localizado em área nobre do município, o prédio de quatro andares, na esquina das ruas Manoel Madruga e Monte Líbano, em frente à Praça Olímpica Luiz de Camões, apresenta rachaduras, danos no revestimento, pichações e sinais claros de abandono.
A unidade, que historicamente serviu como ponto essencial de atendimento aos segurados do INSS na cidade e na região serrana, hoje opera com equipe reduzida. Isso ocorre em função da política nacional do instituto, que vem priorizando o atendimento digital por meio de aplicativos e plataformas online. Como consequência, muitas salas do prédio foram desativadas e a presença de servidores no local diminuiu drasticamente. Atualmente, espaços ociosos passaram a ser ocupados por outros órgãos públicos, como o Ministério do Trabalho e o IBGE.

População enfrenta dificuldades
Embora a digitalização dos serviços prometa agilidade e modernização, a prática tem gerado transtornos para a população que depende de atendimentos presenciais. Um exemplo recente foi a ausência de médico perito na unidade. Com o profissional afastado por licença médica, segurados foram orientados a se deslocar até Nova Friburgo, município vizinho, para concluir o processo de perícia.
Casos como esse ilustram as fragilidades de um modelo que, na prática, não oferece alternativas suficientes para todos os perfis de usuários, especialmente os que enfrentam dificuldades com o uso da tecnologia ou não têm acesso regular à internet.

Potencial subutilizado
O prédio, apesar do mau estado de conservação, ainda possui grande valor estratégico por sua localização central. A comunidade local e lideranças políticas têm manifestado interesse em ver o imóvel melhor aproveitado, seja com o retorno de serviços previdenciários de qualidade ou com a implantação de outros órgãos ou programas públicos. Chegou-se a cogitar, em determinado momento, a instalação de uma unidade do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) no local. A proposta, no entanto, foi posteriormente descartada.

Falta de respostas
A reportagem do Diário de Teresópolis entrou em contato com o INSS em busca de esclarecimentos sobre a atual situação da agência no município e sobre planos futuros para o imóvel. Até o fechamento desta edição, não houve retorno por parte do instituto.