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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Moradores da RJ-130 realizam abaixo-assinado pedindo retorno urgente dos radares

Após sequência de acidentes fatais e abandono da infraestrutura, comunidade pressiona governo por fiscalização e recuperação da estrada

Luiz Bandeira

A RJ-130, principal ligação entre Teresópolis e Nova Friburgo, tornou-se sinônimo de insegurança. Com o fim do contrato entre o DER-RJ e a empresa responsável pelos radares, a rodovia ficou sem fiscalização eletrônica – e, desde então, acumula reclamações, relatos de imprudência e um aumento expressivo no número de acidentes graves. A deterioração da pavimentação, a falta de iluminação, a sinalização encoberta pela vegetação e o abandono do projeto de recapeamento agravam ainda mais o cenário. Diante desse quadro, moradores da região iniciaram um abaixo-assinado pedindo providências imediatas, pedindo, principalmente, o retorno da fiscalização eletrônica. O movimento, que ganha adesões rapidamente nas redes sociais, busca pressionar o governo pela reinstalação dos radares e pela retomada da manutenção da via.
A estilista e modelista Luciana Julie Lourenço dos Santos, uma das lideranças da mobilização, afirma que a iniciativa nasceu do medo crescente que acompanha quem depende da estrada. Segundo ela, “a RJ-130 está uma estrada muito perigosa. A gente vem vendo constantes acidentes e a população está muito desamparada em relação à segurança.” Luciana destaca que o objetivo do abaixo-assinado é coletivo: “Não é uma coisa para benefício próprio. Amanhã pode ser um filho de alguém, um neto, um sobrinho. Essa é uma questão que nos preocupa muito.”
A preocupação se intensificou após acidentes recentes que chocaram a comunidade. A psicóloga Andréa Ferrer, que também participa do movimento, conta que a sequência de tragédias deixou moradores consternados. “O índice de acidentes tem aumentado brutalmente. Nesta semana houve um acidente horroroso, frontal, onde morreram quatro pessoas, inclusive uma criancinha de dois anos. Isso chocou demais os residentes e os passantes. A situação é dramática”, afirma.

Moradores se mobilizaram para exigir o retorno da fiscalização de velocidade em toda a RJ-130. Foto: Luiz Bandeira

Muitos caminhões
Além dos acidentes provocados pela alta velocidade, moradores relatam que grandes carretas estão usando a RJ-130 para fugir de pedágios em outras rotas, o que aumenta a sensação de insegurança. Caminhões pesados dividem trechos sinuosos com motoristas que tentam compensar o tempo perdido em áreas deterioradas da pista — combinação considerada perigosa por especialistas.
O engenheiro Marcelo Lamas reforça que o problema se agravou desde que a fiscalização foi suspensa. “Foram retirados os radares porque o contrato acabou, mas é necessário que haja fiscalização em toda a extensão. A alta velocidade acaba ocasionando acidentes, e esse é um pedido urgente”, explica. Ele ressalta ainda que outros aspectos da conservação foram abandonados: “A sinalização está encoberta pelo mato porque não há capina. A estrada tem trechos com asfalto deteriorado.” Para ele, porém, a ausência de radares é o ponto mais crítico.

QR Code para adesão ao abaixo-assinado pela volta do controle de velocidade na RJ-130

Seis meses de tragédias

A urgência pela retomada da fiscalização é reforçada por cinco acidentes graves registrados recentemente:

  • 08 de dezembro – Colisão frontal em Boa Fé deixa quatro mortos, incluindo uma mãe e seu bebê.
  • 13 de outubro – Duas mortes em choque frontal entre motocicletas próximo ao km 13.
  • 27 de setembro – Jovem de 29 anos morre e quatro ficam feridos em batida no trecho entre Venda Nova e Vargem Grande.
  • 20 de agosto – Motorista morre após colisão com caminhão em Conquista.
  • 07 de julho – Veículo de transporte de verduras tomba no Morro Grande; ajudante fica preso às ferragens.

Promessas e frustrações
Em 1º de outubro, o deputado estadual Luiz Paulo enviou ofício ao presidente do DER-RJ solicitando a reinstalação dos radares e reparo dos buracos ao longo da rodovia. Em resposta informal, o presidente do órgão afirmou que a licitação para contratação de uma nova empresa estaria em fase final. Até o momento, entretanto, nenhum avanço foi comunicado oficialmente. Enquanto isso, a comunidade continua a mobilização online para pressionar o governo. “Gostaríamos que todos se comprometessem”, conclui Luciana. “É pela segurança de todos.”

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Onde antes havia um radar na localidade de Vale Feliz, hoje apenas uma placa indica a velocidade, poucas vezes respeitada pelos motoristas que passam por esse trecho. Foto: Arquivo Diário / Luiz Bandeira

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Teresópolis 12/12/2025
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