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IBGE pode auxiliar no levantamento sobre moradores de rua

Alerj quer utilizar dados para melhorar atendimento a esse público em todo o estado

Em audiência pública nesta quarta-feira (09), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Danniel Librelon (PRB) defendeu que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) elabore, a curto prazo, um levantamento sobre o número de moradores em situação de rua no estado. O parlamentar, que preside a Comissão Especial da Alerj, criada para discutir e analisar o problema crescente desta população e traçar uma radiografia atualizada, explicou que os dados serão fundamentais para uma ação mais eficaz junto a essas pessoas. “A intenção da comissão é trabalhar para unificarmos o atendimento entre os municípios e o estado. E apesar dos dados imprecisos sabemos que é necessário ter mais abrigos e reformar os que já existem. Se nada for feito até 2026 o número de pessoas em situação de rua irá triplicar”, enfatizou o deputado.
A subsecretária municipal de assistência social e direitos humanos, Danielle Murtha, destacou que o Rio vai fazer um levantamento a cada dois anos, já previstos em decreto assinado pelo prefeito Marcelo Crivella. "Por conta da crise financeira, do desemprego, e por causa do uso de drogas e álcool, aumentou o número de moradores de rua. Por mês atendemos 15 mil pela secretaria”, destacou Daniele, acrescentando que a maioria dos moradores em situação de rua são homens entre 30 e 59 anos. “As mulheres precisam de mais atenção porque, além de fragilizadas psicologicamente, sofrem vários tipos de violência nas ruas, inclusive sexual. E hoje se todos procurarem por abrigos nós não teremos vaga, essa é a verdade”, afirmou.
Superintendente em Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, o psiquiatra Hugo Fagundes contou que em média são feitos 20 mil atendimentos por ano nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). “Boa parte dos atendimentos são para pessoas com transtornos mentais e usuários de drogas e álcool. São muitos homens adultos, de baixa escolaridade”, disse o médico. Para Thiago Lopes, coordenador do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Queimados, na Baixada Fluminense, os usuários de drogas merecem uma atenção cada vez mais especializada.
“Essas pessoas procuram atendimento, mas os casos são muito complexos. Muitas vezes a dependência química começa nas ruas. É um ciclo que chega com a crise financeira e o desemprego. O homem acaba indo morar na rua e para se livrar da fome começa a beber e a se viciar em drogas ilícitas”, explicou. Também participaram da audiência o deputado Márcio Gualberto (PSL) e Julia Horta, do Conselho Regional de Psicologia.
 

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Edição 23/11/2024
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