Marcello Medeiros
Capital Nacional do Montanhismo, cercada por três unidades de conservação ambiental e conhecida mundialmente pelas belezas naturais protegidas por elas, Teresópolis é cada vez mais procurada por conta das belezas cênicas e tranquilidade. Não bastasse toda a grandiosidade protegida pelos parques – um federal, um estadual e um municipal – em breve os visitantes vão ter mais alguns bons motivos para conhecer ou continuar frequentando a terra de Teresa: A sede local do Parque Estadual dos Três Picos, localizada nas proximidades do quilômetro 83 da estrada BR-116, na antiga Fazenda Vale da Revolta, vai oferecer diversos atrativos turísticos em um ambiente diferenciado em relação às outras áreas protegidas por lei. Nesta sexta-feira (23), a reportagem do jornal O Diário e Diário TV visitou as obras em companhia da Chefe do PETP, a Engenheira Ambiental Mayara Barroso. Ela mostrou os prédios que já estão prontos, o que está previsto para o grande espaço e falou sobre a importância desse ambiente para a conservação ambiental e desenvolvimento das atividades turísticas da região.
A reportagem do jornal O Diário e Diário TV visitou as obras da subsede Vale da Revolta, no km 83 da Rio-Bahia, na manhã desta sexta-feira
Em uma área total de 3.811 metros quadrados, a subsede do PETP terá sede administrativa, centro de visitantes, espaço para apoio ao lazer, casa do pesquisador, alojamento de guarda-parques, camping, estacionamento e banheiros, além da previsão de restaurante/lanchonete, trilhas para diferentes tipos de público e até banho de rio. No projeto estão sendo empregados conceitos sustentáveis de arquitetura e construção, como por exemplo, aproveitamento da energia solar, através de placas fotovoltaicas para aquecimento da água, biodigestor e captação e aproveitamento de água da chuva. “A gente já tem prontos o centro administrativo e alguns outros prédios, o centro de visitantes está na fundação, assim como boa parte do calçamento em intertravado na estrada que atravessa a subsede. A previsão de conclusão dessa parte estrutural e paisagismo é para a primeira semana de dezembro”, relata Mayara.
Um novo ambiente
Para tal empreendimento, em 2009 foi desapropriada a antiga Fazenda Vale da Revolta, que tem mais de dois milhões de metros quadrados, e estão sendo investidos cerca de R$ 11 milhões em recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (FECAM). A instalação do núcleo numa região com rica biodiversidade da Mata Atlântica foi considerada necessária para que o Poder Público exercesse um controle de fiscalização mais efetivo no município e, além disso, com a subsede Teresópolis do PETP outro setor que tem muito a ganhar é o do turismo ecológico.
“As pessoas que passam na estrada não conseguem ter uma ideia, mas o núcleo é gigante e vai ter vários atrativos futuramente. A nossa ideia é fazer um trabalho de dentro para fora e de fora para dentro, trazer comunidade para visitar e sair do parque para ir até as escolas falar sobre preservação ambiental, proteção integral, como funciona a unidade. Esse trabalho de educação ambiental também está previsto no nosso plano de manejo, passar essa ideia para as crianças se interararem, conhecerem. Afinal, a gente só ama o que a gente conhece. Queremos esse público conhecendo e valorizando o turismo que pode render muito não só para o parque, mas para todas as comunidades do entorno”, enfatiza Mayara.
Parque diferenciado
Responsável pela proteção de importante fragmento de Mata Atlântica, que sofre a pressão antrópica de uma rodovia e duas comunidades, o núcleo Vale da Revolta tem um diferencial em relação aos outros parques com sede no município: Grande área plana que permitirá oferecer atrativos incomuns nos outros espaços e que, consequentemente, acaba sendo de acesso mais fácil do que nos ambientes mais escarpados. Outro objetivo da direção do PETP é interligar os já existentes no município, tendo como base a subsede. “O que a gente pretende fazer assim que tiver plenitude do parque em funcionamento é integrar três pontos turísticos de suma importância para Teresópolis, como a Pedra do Elefante, o Jacarandá e aqui mesmo, criando uma trilha única que ligue esses dois pontos. Assim teremos um atrativo para quem curte trilhas com maior dificuldade, além dessas mais fáceis aqui na subsede mesmo para quem quer curtir com as crianças, para as pessoas mais idosas, ou seja, a ideia é abraçar todos esses públicos”, pontua a Chefe do Parque.
Área de apoio ao lazer em um dos pontos mais bonitos do espaço, onde não se escuta nada além da "música natural da floresta"
Previsão para abertura
Tivemos acesso a todo ambiente em obras na subsede, percorrendo desde a portaria ao final da estrada que cruza o fragmento florestal e em alguns pontos ao lado ou atravessando cursos d´água. No final da via está um dos trechos mais bonitos. A antiga área de lavoura da fazenda é cercada por pequenos morros e florestas, onde não é possível escutar nenhum tipo de som a não ser a bela música da natureza. A previsão é que fique nesse lugar área de camping e outros pontos de apoio ao visitante, como banheiros e até pequena área de cozinha.
Após a conclusão da grande parte estrutural e de paisagismo no entorno dos mobiliários e áreas de lazer, há várias outras etapas a serem cumpridas. Energia elétrica, água, serviços a serem concedidos para a iniciativa, entre outros detalhes já na agenda de trabalho das equipes do PETP, INEA e Secretaria Estadual do Ambiente. Assim, a expectativa é que o espaço só possa ser visitado em 2020. “Não queremos fazer nada precipitado para receber da melhor forma possível o público visitante. Pedimos a compreensão nesse tempo que parque estará fechado e, assim que tudo estiver disponível e organizado, abriremos as portas para receber bem todos aqui”, destaca Mayara.