Os produtores rurais fluminenses beneficiados pelo projeto “Conexão Mata Atlântica” já começaram a receber e instalar as placas de identificação das propriedades reconhecidas como prestadoras de serviços ambientais, selecionadas no primeiro edital (02/2018). As placas apresentam o nome da propriedade e um selo simbólico de reconhecimento do imóvel rural por desenvolver ações de conservação de áreas remanescentes de Mata Atlântica, restauração ecológica e produção sustentável. O “Conexão Mata Atlântica” é promovido pelas Secretarias de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), por meio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Pesca (Seappa). No mês de maio, 164 produtores do interior do estado foram premiados com mais de R$ 1 milhão em incentivos por realizarem ações de proteção da Mata Atlântica. Os recursos do projeto são oriundos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e de contrapartida do Governo do Estado, que coordena o projeto.
Além de indicar os beneficiados pelo projeto e incentivar outros produtores a adotarem ações ambientais, as placas também ajudam a identificar às propriedades – muitas delas não contavam com nenhum tipo de identificação. Segundo o engenheiro agrônomo e supervisor executivo do projeto Mata Atlântica, Antônio Cardoso, além de valorizar as propriedades que desenvolvem ações ambientais, as placas também são um incentivo para que outros produtores adotem práticas mais sustentáveis.
– Os produtores ficaram muito felizes e orgulhosos ao colocarem as placas. Essa é uma oportunidade para os produtores darem visibilidade às ações ambientais que eles desenvolvem. Alguns vieram me dizer que hoje são capazes de mostrar que também preservam o meio ambiente. É uma oportunidade também para mostrarmos para outros produtores que ainda não foram beneficiados pelo projeto que é importante preservar – afirmou Cardoso.
Os produtores
O produtor rural Carlos Luciano de Paula, do Sítio Bonfim, em Valença, já recebeu e instalou a placa do projeto do projeto em sua propriedade. Carlos foi reconhecido como prestador de serviços ambientais pelo projeto pela conservação de 2,59 hectares de floresta nativa e pela conversão de 0,81 hectares de área degradada nos sistemas silvipastoril e agroflorestal. Com mudas doadas pelo projeto, Carlos está incrementando a agrofloresta com o consórcio de café, frutas cítricas e espécies nativas. – Essa é a primeira placa que a propriedade tem. Foi muito bom recebermos esse benefício pois chama a atenção e valoriza a propriedade. Há 30 anos que eu moro aqui e muita gente que mora na região não sabia que o nome da propriedade é Sítio Bonfim – contou Carlos.
O produtor rural José Muniz Nuss, da Fazenda Conceição, em Italva, foi reconhecido como prestador de serviços ambientais pela conservação de 11,5 hectares de floresta nativa e ficou satisfeito com a nova placa da propriedade da família. – A placa é um reconhecimento pelo trabalho que a gente vem fazendo. Pude contribuir com a floresta e agora recebi uma ajudar para construir um curral. É uma ajuda bem-vinda pois o produtor rural nunca tem dinheiro sobrando para investir. A gente vive porque é teimoso – brincou José, que também ainda não contava com uma placa para identificar a sua propriedade.