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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Denúncias mostram motoristas fazendo “lotadas” em diversos pontos da cidade

- Transporte alternativo irregular tem sido a porta de entrada de muitas organizações criminosas pelo país e gera prejuízo na economia local

Anderson Duarte

Infelizmente Teresópolis tem registrado ao longo dos últimos anos muitas características quase exclusivas de regiões mais vulneráveis economicamente e com pouca perspectiva de crescimento. Não são raros os flagrantes de práticas delitivas antes restritas aos grandes centros e regiões mais densamente populosas, como os diversos vídeos e fotos recebidos em nossa redação esta semana, que mostram que apesar da expressa proibição, carros e vans estariam fazendo transporte clandestino de passageiros pelas ruas de Teresópolis, nas populares “lotadas”, que além de não estarem amparadas pela Lei, ainda representam muitos riscos para a população. Alguns taxistas e motoristas de ônibus fizeram flagrantes desta prática por diversos bairros e enviaram para nossa redação. As principais reclamações são relacionadas a falta de fiscalização por parte das autoridades de segurança do município. São flagrantes de vans paradas em pontos de ônibus e carros de passeio recolhendo passageiros que estariam a espera da condução.
Uma das maiores preocupações está nas condições dos veículos que fazem esse tipo de transporte irregular, segundo relatos dos denunciantes, muitos destes carros clandestinos saem com as portas abertas e outros estão claramente com os pneus carecas. Ainda de acordo com os relatos, esses veículos fazem um percurso menor e não têm itinerário certo para passar, ou seja, eles só passam onde tem passageiros, não é igual aos ônibus que tem um horário certo. A ANTT tem intensificado operações de combate ao transporte irregular, que, além de aplicar infrações, são utilizadas para conscientizar os usuários sobre os riscos desse tipo de serviço. Passagem por valores inferiores ao que é praticado pelo sistema regular de transporte urbano ou interestadual é o principal atrativo para os passageiros que usam o transporte clandestino. Esses preços são mais baixos devido à falta de compromisso dos infratores com questões regulamentadas, tais como inspeção veicular prévia, antecedência criminal dos motoristas, itens e equipamentos obrigatórios e, principalmente, a não observância aos direitos dos usuários, colocando em risco a vida dos passageiros. O não cumprimento a essas exigências ainda dificulta alguma indenização da empresa ou proprietário do veículo em caso de acidentes, já que a informalidade prejudica a obtenção de informações. Por isso tudo, o transporte clandestino coloca em risco a vida dos passageiros. 
Segundo as autoridades de segurança, por mais que pareça mais vantajoso, é primordial que os passageiros não aceitem viajar em transporte não autorizado. O transporte coletivo é um serviço público, que só pode ser realizado por transportador privado que estiver devidamente autorizado. Linhas, horários, tarifas, pontos de parada devem ser regulados e fiscalizados pelo município e a captação de passageiros e a venda de passagem por particulares não autorizados configuram serviço ilegal, que afeta o sistema de transporte e coloca em risco o viajante que aceita esse serviço. 
“É preciso entender que assim como o abastecimento de água, a distribuição de energia elétrica, a telefonia, o transporte de passageiros em veículo coletivo é responsabilidade do poder público, que pode realizá-lo diretamente, ou, como acontece, pode terceirizar o serviço. Ao terceirizar, são assinados contratos e são estabelecidas e fiscalizadas uma série de regras que devem ser cumpridas pelo prestador. De forma alguma é permitido que um particular ofereça o serviço por conta própria, infringindo as normas e ficando fora do controle do poder público”, alerta o engenheiro Paulo Berta, especialista em qualidade e mobilidade urbana. Segundo a ANTT, só nos últimos dois anos, aumentou em 59% a efetividade na repressão ao transporte não autorizado de passageiros, comparando os primeiros semestres de 2017 (com 1.505 autuações) e 2018 (com 2.552 autuações). Essas operações são de extrema importância para conscientizar os cidadãos sobre os riscos de usar esse serviço. Portanto, o passageiro precisa ficar atento e fazer a escolha pelo transporte regular, que tem garantia de um deslocamento mais seguro e amparado em regulamentação formal. 

 

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Edição 23/11/2024
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