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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Atendimento odontológico parado, sem equipamentos e com riscos

Sem condições mínimas de trabalho e materiais necessários para segurança da população e dos profissionais, setor permanece de braços cruzados

Anderson Duarte

Muito se ouve falar da tal falta de vontade política para resolver os problemas na gestão pública, e também sobre como o descaso com o patrimônio público gera prejuízos incalculáveis ao erário. Aqui em Teresópolis, o que acontece com o atendimento odontológico é um exemplo destas duas dimensões negativas e fazem com que a população deixe de contar com o serviço há meses. Depois de serem alertados quanto aos inúmeros riscos que corriam diariamente por não contarem com os materiais necessários para a segurança da população e dos próprios profissionais, o setor resolveu cruzar os braços até que a municipalidade oferecesse condições dignas de atendimento.

São baratas espalhadas por todo lugar, muita sujeira e equipamentos que em bem pouco tempo eram novos, completamente deteriorados e sem condições de uso, em alguns casos com esparadrapos engatilhando e fios descascados, como se décadas de uso fossem registradas

E mesmo depois de diversas reuniões com alertas da situação por parte do setor, nada foi feito pelo governo Claussen para resolver o problema e restabelecer o atendimento.
Segundo as denúncias encaminhadas a nossa redação, desde abril, quando os funcionários da odontologia foram convidados a participar de uma capacitação sobre biossegurança com a participação do setor de vigilância sanitária e outros profissionais da área, ficou claro que todos trabalhavam sem as devidas e necessárias condições e materiais para que não estivessem suscetíveis a casos de contaminação, tanto da população atendida, quanto dos próprios servidores.


O atendimento no setor odontológico está parado por falta de vontade política. Sem as condições mínimas de trabalho e materiais necessários para segurança da população e dos profissionais, setor permanece de braços cruzados

Ainda de acordo com a reclamação, desde então, todos os funcionários teriam parado o serviço até que se tenha a condição necessária de trabalho e o material adequado para se trabalhar, coisas que não foram providenciadas. Segundo os servidores, não seria uma movimentação de greve, mas na verdade uma paralisação por motivo de força maior até que o material seja providenciado e a dedetização seja feita nos locais de atendimento, e que sejam consequentemente restabelecidas as condições adequadas de trabalho.
As imagens que ilustram nossa reportagem também chocam e mostram como em tão pouco tempo o descaso acaba com estruturas públicas e provoca prejuízos. São baratas espalhadas por todo lugar, muita sujeira e equipamentos que em bem pouco tempo eram novos, completamente deteriorados e sem condições de uso, em alguns casos com esparadrapos engatilhando e fios descascados, como se décadas de uso fossem registradas. Materiais que custaram muito dinheiro público em estado de abandono, equipamentos destruídos pelo desuso, e muito risco ao erário. Segundo as denúncias, no posto da Várzea, o centro de atendimento está parado, assim como no CEMUSA, e a unidade da Heitor de Moura Estevão. Falta o material de EPI devido, visto que segundo os funcionários e as imagens mostradas nesta edição, até luvas de cozinha e capas de chuva foram encaminhadas como sendo de proteção.

Um dos espaços que estaria se deteriorando pela ausência de medidas do poder público foi recém-inaugurado, mais especificamente em maio de 2016, portanto, ainda com pouco tempo de uso. Mas já mostra sinais de abandono

Em resposta ao e-mail encaminhado por nossa redação, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, disse conhecer a situação e reconhecer o risco sofrido pelos funcionários do setor. “Nós do SINDPMT fomos procurados pelos servidores do Setor de Odontologia, que seguindo as orientações da vigilância sanitária do município, não poderiam exercer a função devido a falta de condições de trabalho e materiais necessários. Em várias reuniões, os servidores, optaram por parar o serviço, mas continuam se mantendo em seus locais de trabalho aguardando a chegada do material,  e a PMT se comprometeu em fazer as adequações necessárias. Até o momento, ainda não retornou o atendimento, pois as adequações não foram feitas e o material ainda não chegou. O SINDPMT, prioriza a saúde do funcionário e as condições adequadas para que possa exercer seu Trabalho seguindo as normas de biossegurança, higiene e qualidade. Estamos todos no aguardo das condições para o retorno”, disse o SINDPMT. Assim como sempre tem acontecido, o setor de comunicação da prefeitura ignorou nossos questionamentos, mesmo sendo uma matéria de grande repercussão na sociedade.
Um dos espaços que estaria se deteriorando pela ausência de medidas do poder público foi recém-inaugurado, mais especificamente em maio de 2016, portanto, ainda com pouco tempo de uso. O Centro de Especialidades Odontológicas iniciou seu atendimento à população de Teresópolis com oito cirurgiões dentistas, seis auxiliares de saúde bucal e duas recepcionistas. O espaço foi fruto de um convênio entre a Prefeitura e o Ministério da Saúde, dentro do programa Brasil Sorridente, com disponibilidade de tratamento especializado na rede pública. A clínica de média complexidade foi inaugurada com cinco cadeiras odontológicas e capacidade para fazer até duzentos atendimentos por mês. Entre os serviços prestados estão diagnóstico com ênfase na prevenção do câncer bucal, tratamento de canal, pequenas cirurgias orais e atendimento de pacientes com deficiência. O espaço ainda foi todo preparado para proporcionar acessibilidade, com rampa de acesso e equipamentos para atender não só os cadeirantes, mas pessoas com deficiência visual, auditiva e cognitiva.
Uma “nota” da prefeitura com relação ao atendimento de odontologia também chegou a ser refutada pelos próprios servidores do setor por conter informações inverídicas e que dão a entender que estão sendo feitos melhoramentos na unidades, o que segundo a classe não acontece. Outro ponto de divergência é a informação de que há vários anos o setor na recebia investimentos, que como vimos na inauguração do CEO na Várzea, não está totalmente correto. Diz o texto: “A Secretaria Municipal de Saúde está reestruturando o Departamento de Saúde Bucal para regularizar e ampliar o atendimento odontológico à população. Para a melhoria dos serviços, estão sendo adquiridos, através de licitação, materiais e equipamentos para as 12 unidades de saúde que oferecem assistência odontológica, na cidade e no interior. Novas cadeiras, autoclaves para esterilização de instrumentos, testes químicos e biológicos estão entre as aquisições. “Há vários anos o setor de Odontologia não recebia a devida atenção do poder público. Levantamos as necessidades de instrumental, equipamentos e materiais de biossegurança para a qualificação do serviço. A meta da Gestão Municipal é, até 2020, ampliar o atendimento e elevar para 20 o número de postos de saúde com serviço odontológico”, explica o secretário de Saúde, Antonio Henrique Vasconcellos. A capacitação dos profissionais sobre boas práticas odontológicas, de acordo com as determinações da Vigilância Sanitária, também faz parte da reestruturação do serviço”, diz a prefeitura.

 

 

 

 

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Edição 23/11/2024
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