Na manhã desta quinta-feira (16), um grupo de merendeiras de creches e escolas da rede municipal de ensino estiveram na prefeitura para cobrar explicações sobre a falta de pagamento de seus salários e condições precárias que estão enfrentando. De acordo com elas, a situação está insustentável, com atrasos que se repetem todos os meses e uma incerteza muito grande sobre seus empregos, pois são contratadas pela empresa Bem Nutritiva, terceirizada que cuida da merenda escolar do município.
As merendeiras queriam que o prefeito Vinicius Claussen desse uma satisfação sobre a situação, já que a empresa vem seguidamente atrasando os pagamentos desde o ano passado e culpando a demora nos repasses, o que foi confirmado por uma funcionária do gabinete do prefeito que atendeu o grupo.
“A gente sabe que não somos contratados pela prefeitura, é uma terceirizada, só que eles falaram que não pagaram na semana passada porque tinha um problema no banco, essa semana passada nós nos juntamos para fazer greve e eles disseram que foi a prefeitura que não tinha pagado. Então a gente veio aqui pra tentar ter um posicionamento do prefeito, para falar se é realmente isso. Falaram pra gente que só iam fica só até o dia 18 de março e a data passou sem que eles falem se vão continuar ou não, não podemos fazer dívida porque não sabemos se vamos ser mandadas embora, se a firma vai continuar. O Dia das Mães agora passamos sem nada porque não tinha dinheiro”, disse Ingrid Silva.
Esta não é a primeira vez que as merendeiras decidem buscar satisfação no Palácio Teresa Cristina, já que em dezembro do ano passado elas também se mobilizaram para exigir uma solução para os atrasos, algo que se pode notar que não rendeu resultados.
Falta merenda e sobra suco de caju
Ainda de acordo com as merendeiras, não é só o atraso de salários que está gerando uma grande insatisfação, mas também a falta de produtos para oferecer uma merenda digna aos estudantes: “Tem material faltando, a gente tem que dar um jeito, diretoras comprando coisas pra levar pra escolas. Em um colégio lá na roça, a diretora teve que comprar biscoito, suco, leite. É só suco de caju que é servido e as crianças já não aguentam mais, não querem mais tomar café. A gente sabe que muitas crianças vão pra escola para poder ter o que comer”, disse a representante do grupo.
O prefeito acabou não aparecendo para conversar com as merendeiras e só mesmo a funcionária do gabinete dele que garantiu que o depósito referente ao pagamento delas seria feito ainda nesta quinta-feira.
Nossa reportagem pediu um posicionamento da prefeitura, através da assessoria de comunicação, sobre os problemas apontados pelas merendeiras e até o fechamento desta reportagem não recebemos resposta.