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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Lojas fechadas por toda cidade expõem uma economia fragilizada

Apesar de grande número de eventos e empolgação do governo municipal, no dia-a-dia da cidade o que se vê é desemprego em alta e falta de perspectiva de melhora

Anderson Duarte

Dizem por aí que na tal da “Lupolópolis”, uma cidade bem próxima de Teresópolis, as coisas caminham, prosperam e a população já enxerga muitas mudanças no setor administrativo do município. Mas aqui em nossa cidade, infelizmente, não é essa a percepção da população. Esta semana, em um breve esforço jornalístico e com muita contribuição dos seguidores do Grupo DIÁRIO constatamos que é praticamente impossível andar pelas ruas de diversos bairros e encontrar um quarteirão sequer que não tenha uma loja ou diversos estabelecimentos de portas fechadas, na verdade, o mais comum são dezenas delas perfiladas. Apesar do ímpeto na liberação de eventos e mais eventos por parte do governo municipal, o maior empregador do município, ou seja, o comércio acaba por sentir muito os efeitos de um empobrecimento crescente e da ausência de políticas públicas de fomento ao setor.
“A nossa concorrência hoje é muito difícil. Eu invisto na cidade, gero emprego, pago imposto, compro meus insumos no comércio local e chega no fim de semana vem um trailer de uma outra cidade, estaciona na praça, consome a energia da cidade, leva nossas divisas e divide um público, que por conta da crise vivida em nossa cidade e estado já anda escasso. Isso é desumano! Concordo que a cidade tem que ter evento, mas todo fim de semana? E nossa parcela nessa concorrência? Vou ter que desistir da loja fixa e sair pela rua e pelas praças vendendo meu produto? O que vejo é incentivo para quem vem de fora com seu comércio móvel ganhar dinheiro aqui, mas os guerreiros que insistem em deixar a porta aberta são penalizados pelos amigos do governo e os seus interesses”, lamenta em contato com nossa redação um empresário da região do Alto.

Capa do jornal O Diário de Teresópolis destaca a quantidade de lojas fechadas no município
A fala do empresário expõe uma das escolhas pelo fomento ao mercado de eventos com food trucks que tem impactado na economia local e que poucos estão percebendo. “Não é exclusividade do comércio gastronômico, toda a cadeia do comércio está sentindo. Todos os empresários estão tendo que rever os seus investimentos e as suas atuais estruturas”, lamenta outro empresário que nos enviou diversas fotos de lojas fechadas. Um dos maiores exemplos desse fenômeno é a Avenida JJ de Araújo Regadas, o Parque Regadas, que neste fim de semana recebe mais um evento destes que o empresário já começa a criar ojeriza. Além disso, os que insistem em permanecerem com as portas abertas acabam presenciando o declínio de amigos e até ex-concorrentes.
A queda das vendas e da atividade econômica de uma forma geral e a grave crise do estado contribuíram no ano passado para o fechamento de cinco mil estabelecimentos comerciais somente no primeiro semestre do ano. Esse número é 7% maior que o registrado nos primeiros seis meses do ano anterior. Esses mesmos dados indicam que, em todo o estado, foram extintas três mil empresas no ano, um aumento de 100% em relação ao ano anterior. Segundo os especialistas na área econômica, o quadro econômico do país tem afetado profundamente o comportamento do consumidor e consequentemente influenciando a sua disposição para a compra. Justamente neste momento de incertezas, a primeira atitude do consumidor é reduzir os gastos, principalmente no que diz respeito a compras. Com isso, o comércio lojista, já massacrado pelo peso da burocracia e da alta carga tributária, acaba sucumbindo e não encontra alternativa a não ser o encerramento de sua atividade, isso sem contar a concorrência da qual os internautas do Grupo DIÁRIO se referiram.
Questionamos ao titular da pasta em nosso município, o que o governo está fazendo em relação ao processo de recuperação da capacidade de desenvolvimento econômico da cidade. Vinícius Oberg fez um resumo das ações que o governo está deliberando este ano. “Estamos trabalhando em três frentes para desenvolver a nossa economia e amenizar os efeitos da crise econômica que o país ainda vive: desburocratização, capacitação de mão de obra e reativando alguns setores econômicos que estavam esquecidos. Aproximando o SINE da população e melhorando a integração entre trabalhador e empregador; Inaugurando o Espaço do Empreendedor em parceria com SEBRAE; Aumentando da oferta de microcrédito para os pequenos negócios, AgeRio vai se instalar na cidade; InovaTerê – Em parceria com a FESO, o Programa vai estimular o setor de inovação, economia limpa e tecnologia no município; Melhorias na legislação com foco na geração de emprego e renda e o retorno das parcerias com o Governo do Estado para o desenvolvimento das vocações regionais”, disse Vinícius Oberg, secretário de Trabalho, Emprego e Renda do município.

 

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Edição 04/05/2024
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