Marcus Wagner
Quem precisa recorrer ao atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Teresópolis continua enfrentando dificuldades por conta da falta de condições adequadas para dar conta da demanda. A falta de médicos, estrutura precária, falta de higiene e a demora para conseguir atendimento são as principais queixas.
Essa é a constatação fica clara a partir do relato de dezenas de pessoas que participaram de uma enquete na Página do jornal O Diário de Teresópolis no Facebook.
Após recebermos diversas reclamações, perguntamos aos nossos leitores se tinham ido recentemente à UPA e como foi a experiência. A maioria dos relatos confirmou os problemas tanto na estrutura como também no atendimento.
Vincius Claussen não cumpriu a promessa de divulgar um balanço mensal dos atendimentos da UPA a só o fez em fevereiro
Prefeito não cumpre promessas em relação à UPA
Uma das principais promessas do prefeito Vinicius Claussen era “salvar” a UPA, porém o que se constata é bem diferente, pois a insatisfação com os problemas no local é grande. Vinícius inclusive prometeu fazer um balanço mensal dos atendimentos realizados na UPA, o que só aconteceu em fevereiro e desde então nem balanço e nem ações para resolver os problemas.
Estrutura
Apesar de alguns comentários positivos ao acolhimento dos profissionais que trabalham na unidade, são muitos os relatos de falhas graves na estrutura de um local que precisa lidar com situações de urgência e emergência.
Na tarde da última terça-feira recebemos um o relato de um paciente que fez duras críticas: “É lastimável esta situação, um fedor, tudo lotado. Tenho pena dos que estão de plantão, pois acabam sobrecarregados”.
Rosangela Dias afirmou que “os banheiros não têm tranca, não têm papel higiênico, sujos”.
A leitora Cátia Silva relatou que no mês passado teve que levar o filho até a UPA: “a estrutura está péssima, mas meu filho foi muito bem atendido pelos profissionais da saúde”, contou.
“Péssimo… Ar condicionado não tem mais, pois não funciona”, contou Fatinha Fernandes, destacando ainda a falta de medicamentos.
A UPA tem como função apenas ser a porta de entrada para o sistema de saúde municipal e os pacientes mais graves deveriam ser transferidos em até 24 horas, porém conseguir uma transferência em menos de uma é missão quase impossível. Até relatos de pessoas que elogiam o atendimento comprovam esta situação.
A leitora Dalva Costa, por exemplo, disse que duas irmãs dela foram muito bem atendidas na UPA, sendo que uma delas “ficou duas semanas na UTI sendo monitorada dia e noite” até conseguir vaga no CTI do Hospital São José.
Falta de médicos
Entre os relatos mais comuns, a falta de médicos é uma das mais constantes. Elis Lili disse que não conseguiu atendimento para o filho: “acabei de sair de lá com meu filho e não tem ortopedista. Ela tá com braço ruim, mandaram eu ir para Beneficência. Está uma loucura… A coisa tá feia”
Atendimentos
Muita gente elogia os esforços de alguns profissionais em tentar dar um atendimento digno à população, porém destacam a impossibilidade diante da falta de estrutura e material. Ana Paula Freitas disse que os enfermeiros se superam, mas que sofreu com os médicos por “diagnósticos errados e a falta de remédio”. Carla Cunha disse que também sofreu com mau atendimento: “Levei minha filha de 1 ano e meio, pediatra sem noção, mal educada, sem paciência e debochada! Além da demora exaustiva”
Marta Fernandes contou que demorou cinco horas para conseguir ser atendida e que acabou se surpreendendo com a solução que recebeu: “a médica me perguntou qual medicamento iria passar pra mim por que ela não sábia o que passar. Eu com problema emocional, ela me passa remédio de sarna e de piolho”
“UPA cada dia pior, demora muito pra ser atendido. Semana passa estive lá, porque infelizmente precisei. Aquilo lá está um horror, banheiros sujos, atendimento horrível, você fica mais de 3 horas sentado esperando pra ser atendido, uma médica virou e me disse que lá só é atendido rápido quem está MORRENDO”, destacou outra leitora.
Alta demanda
Se por um lado o descaso do poder público causa problemas, eles aumentam por conta da alta demanda de pacientes, principalmente crianças que sofrem com viroses: “Eu fui na UPA com meu filho ontem, fui muito bem atendida. O que está acontecendo, pelo menos na pediatria, é que são muitas crianças”, disse Natalia Souza. “Com duas pediatras, o atendimento estava demorando de duas a três horas, mas não por culpa dos profissionais e sim por causa da demanda. O ponto negativo é falta do ar condicionado na recepção e os mosquitos que ficavam em cima da gente o tempo todo”, completou outra leitora.
Segurança
Para aumentar a lista de problemas, o leitor Junior Chaves afirmou que a insegurança é tanta que chegou a ser assaltado no local, elogiando apenas a assistente social da unidade.
Posicionamento da prefeitura
Diante de tantos problemas, nossa reportagem questionou a assessoria de comunicação da prefeitura sobre o que o governo municipal pretende fazer a respeito, porém até o fechamento desta reportagem, não recebemos resposta.