Wanderley Peres
Quinta-feira, manhã do dia 22 esta semana, enquanto o governo municipal gastava suas energias para aprovar na câmara de vereadores o empréstimo do ginásio Pedrão para a realização de um show pago, imbróglio que até a tarde desta sexta-feira ainda não havia se resolvido, mães dos alunos da escola Tiago de Medeiros que estudam, provisoriamente, numa igreja de Venda Nova, eram avisados pelas professoras de que não haveria aula naquele dia porque um corpo seria velado no espaço dedicado desde o início do ano como sala de aulas para os seus filhos.
Notícia estranha a reportagem saiu em campo e conferiu o inusitado, vendo os alunos da comunidade em aulas no centro comunitário da localidade e na igreja batista Betel. Na igreja evangélica, onde ficou maior número das crianças, mais de 100 nos dois turnos, a apreensão, por volta das 15h, era o confronto aula e velório, que poderia afetar as crianças, e elas teriam de ser retiradas do local antes da chegada do corpo, previsto para aquela tarde. Conversando com pais de alunos, a reportagem soube de outros dois casos semana passada e nesta, em que não teve aulas por causa de velório na igreja, espaço improvisado que a secretaria de Educação encontrou para alocar as crianças da comunidade enquanto o modesto prédio da escola Tiago de Medeiros passa por reforma feita pela empresa Prad Service, de Petrópolis, responsável por outras quatro obras semelhantes interior a fora.
No canteiro de obras da Prad, onde a reportagem também esteve, dois funcionários cuidavam da pintura do prédio existente e outros quatro enchiam as sapatas do anexo onde serão construídas quatro salas de aulas. Pela placa, a obra vai custar R$ 315 mil, e tem previsão de entrega para maio próximo, serviço que atinge também refeitório e demais dependências e que dificilmente será cumprido diante de seu atraso.
Obra que deveria ter sido providenciada no período de férias, a reforma da acanhada escola Tiago de Medeiros é necessária. Mas, não se justifica prazo tão longo para obra tão pequena, especialmente pelo seu alto custo. Não se justifica, também, os alunos da rede municipal em todo o município retornarem às suas escolas no início do ano e toda uma comunidade ficar a mercê de tanta desorganização. Vale informar, que em Venda Nova, esse ano, as aulas começaram somente na semana passada, em 13 de março, e diante de diversas dificuldades e improvisações temerárias, situação que seria outra se houvesse um mínimo de organização na prefeitura, como a providência antecipada de locação de espaços mais adequados para suprir as necessidades de substituir salas de aulas, e mesmo realizar obras mais rápidas e em tempo adequado, nas férias, por exemplo.
Salas que serão construídas estão ainda na fundação