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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Arrombamento de veículos continua sendo um grande problema

Ataques frequentes em algumas ruas mostram ousadia dos criminosos e receptadores

Marcello Medeiros

Nos últimos meses, um tipo de crime tem preocupado os teresopolitanos: O arrombamento de veículos para o furto de objetos como bolsas e telefones celulares. Em novembro do ano passado, houve um crescimento ainda maior do número de ocorrências em algumas ruas, e, após ataque nas proximidades da Casa de Cultura Adolpho Bloch, a Polícia Militar deteve um grupo apontado como autor desse caso específico. Porém, os suspeitos ficaram pouco tempo atrás das grandes e, paralelamente, os ataques continuaram acontecendo. Nos últimos dias, O DIÁRIO tomou conhecimento de várias ocorrências do tipo, o que mostra a ousadia dos criminosos que agem em duas frentes – os que arrombam os veículos e os que compram ou negociam os objetos furtados. Somente no fim de semana, por exemplo, três veículos tiveram vidros apedrejados na Rua Coronel Antonio Santiago, em Agriões.
“Amigos, acabaram de arrombar nosso carro e vários outros na rua do Único. Levaram minha bolsa com todos meus documentos e documentos dos meus filhos. Já cancelei os cartões, mas preciso dos meus documentos. Se alguém achar na rua, me avisem!”, publicou em sua página na rede social Facebook uma das vítimas, que ainda alertou tentou alertar os proprietários dos outros veículos que haviam sido violados. A bolsa foi encontrada em uma lixeira próxima.
“Sabe qual a c***** maior? Já se sabe que é uma ‘quadrilha’ da BL que vem atuando em Agriões, Fátima e redondezas há mais de um ano… E impressionantemente não pegam essa galera. Impressionante!”, questionou uma amiga da vítima. “Foi só o susto na hora mesmo. O pessoal falou que isso tá acontecendo toda semana ali”, completou a professora atacada na Rua Coronel Antonio Santiago. 
Dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro mostram que o crime de furto é um dos que maior número de registros no setor de plantão da 110ª Delegacia de Polícia. Somente em janeiro passado, foram 122 comunicações. Em todo o ano de 2018, 1.361. Quando se analisa os números frios, fica difícil ampliar a discussão sobre os motivadores desse tipo de delito. Porém, mesmo empiricamente é possível compreender que um dos problemas de responsabilidade do governo municipal reclamado há anos pode estar contribuindo para facilitar a vida da bandidagem: A falta de iluminação pública em diversas ruas, mesmo com altíssimas taxas cobradas nas contas mensalmente.
Um dos muitos exemplos para referenciar essa situação aconteceu em novembro passado na Rua Nilza Chiapetta Fadigas, antiga Cotinguiba, na Várzea. Estacionado em local ermo por conta da ausência de lâmpadas em vários postes seguidos, um Renault Sandero teve um vidro traseiro quebrado para que um bandido furtasse uma bolsa onde estavam dinheiro, documentos e outros objetos. Até hoje a vítima não encontrou os documentos ou recebeu qualquer ligação para contribuição em relação a investigação, por exemplo.

É preciso registrar os ataques
O número de casos pode ser ainda maior do que o registrado e os relatos encontrados em redes sociais, visto que muitas pessoas preferem não fazer a comunicação no setor de plantão da 110ª DP. Porém, é de extrema importância que os arrombamentos e furtos sejam reclamados. Dessa forma, as polícias Civil e Militar podem montar esquemas de investigação para tentar chegar aos autores ou mudar o sistema de patrulhamento para buscar diminuir a incidência desse tipo de crime. Além disso, caso algum produto de furto seja recuperado, com o autor ou terceiro, aumenta a chance da vítima reaver seus bens com a comparação dos dados.

Quem compra também é bandido
Há bastante tempo o número de furtos é grande em Teresópolis. Mas para onde vão parar produtos de todo o tipo retirados de residências e estabelecimentos comerciais, por exemplo? Os ladrões utilizam para mobiliar ou decorar suas residências? Não. Geralmente, tais criminosos revendem esses produtos com preço bem abaixo do mercado. E, mesmo sendo implícito o ato ilícito, muitas pessoas acham estar levando vantagem ao adquirir uma televisão que custa R$ 2 mil por R$ 100… Na verdade, quem comete tal ato é tão bandido quanto aquele que se deu ao trabalho de tomar o bem de outra pessoa. Aliás, a pena prevista no Código Penal Brasileiro para os receptadores é a mesma dos ladrões, de três anos de cadeia.
E ainda se baseando no que prevê a Lei, os que compram produtos de crime ainda podem terminar atrás das grades primeiro do que aqueles que praticaram o furto ou roubo. Caso o ladrão seja identificado fora do período de flagrante, prazo que depende do andamento da ocorrência, mas geralmente é curto, vai continuar em liberdade até julgamento. Já os que forem flagrados portando qualquer objeto de origem ilícita é levado imediatamente para o xadrez da 110ª Delegacia de Polícia, sendo posteriormente encaminhado para unidade prisional da Polinter, no Rio de Janeiro. Outro ponto importante a ser observado é que a própria pessoa que incentivou a criminalidade comprando um produto de roubo ou furto amanhã pode ser vítima do mesmo ladrão. É um ciclo criminoso onde todos acabam perdendo, não somente a vítima daqueles que insistem em “ganhar a vida” sem precisar trabalhar.

 

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Edição 26/11/2024
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