Marcello Medeiros
No final da tarde do último domingo, policiais do 30º BPM foram acionados para apoio em ocorrência de abuso sexual na Rua Jorge Lima, bairro de São Pedro. Segundo relato passado ao quartel, moradores da comunidade teriam detido um homem de 22 anos após flagrante em uma casa desocupada, que está em obras. Os dois estavam sem roupas e ele tentou fugir correndo. Tanto o apontado autor quanto a pré-adolescente são moradores do local, mas não tem nenhum parentesco. O homem foi encaminhado pela equipe do setor Bravo para a 110ª Delegacia de Polícia, onde ficou preso até transferência para unidade prisional da Polinter, no Rio de Janeiro. A jovem foi encaminhada para exame de corpo de delito, mas o resultado ainda não foi liberado. De acordo com o delegado Bruno Gilaberte, titular da 110 DP, a pena para este tipo de crime pode ser de 8 a 15 anos de prisão.
Na edição da última sexta-feira, O DIÁRIO publicou reportagem mostrando que dados do Instituto de Segurança do Estado do Rio de Janeiro (ISP) indicam que o ano de 2019 pode repetir a preocupante situação registrada no ano passado. No primeiro mês do ano, 10 mulheres procuraram a 110ª Delegacia de Polícia para comunicar casos de violência sexual, apenas um a menos que o mesmo período de 2018. A média se repetiu em 2017, também com 10 ocorrências. Em 2016, porém, apenas uma pessoa pediu ajuda no setor de plantão da Polícia Civil.
Durante todo o ano passado, foram 120 registros de estupro na delegacia local – um aumento expressivo em relação aos anos anteriores. Entre janeiro e dezembro de 2017, foram 50 comunicações e, em 2016, o número desse período chegou a 78. Todos os dados são do ISP, que mensalmente acompanha as anotações feitas nas delegacias do estado do Rio de Janeiro. Importante destacar que esse número pode ser ainda maior, visto que muitas vítimas sentem algum tipo de constrangimento ou são ameaçadas para não denunciar seus agressores. Em muitos desses casos, os ataques acontecem dentro do seio familiar. Só para se ter uma ideia de como pode ser maior essa dimensão, somente no primeiro mês de 2019 foram anotadas 93 ocorrências de agressão e 108 de ameaça, crimes que podem estar atrelados aos ataques sexuais praticados contra as mulheres. Em todo o ano anterior, foram 944 ocorrências de lesão corporal dolosa e 976 de ameaça.