Chova ou faça sol, eles estão lá. São 30 agricultores da Associação Agroecológica de Teresópolis-AAT que trabalharam para a Feira Orgânica oferecer frutas, legumes, verduras, folhas selvagens comestíveis à população e visitantes. Na feira também são comercializados saborosos alimentos processados frescos, preparados de véspera, tais como pães, bolos, biscoitos, geleias, tudo sem agrotóxicos. A Feira Orgânica da AAT funciona sempre às quartas e aos sábados das 8h às 12h, ao lado da Rodoviária, na esquina da rua Tenente Luiz Meirelles e Fritz Weber. Na feirinha o cliente compra direto do produtor e além de obter bons descontos nos valores, pode levar pequenas quantidades. "É muito bom esse contato direto. Muitas vezes aprendemos até como usar determinadas verduras. Outra coisa é que para pessoas sozinhas ou famílias menores, é bem melhor levar pequenas quantidades e maior variedade de alimentos”, observa a cliente Cristina Gomes.
Ao todo, a AAT reúne 60 associados, produtores de orgânicos de todas as regiões de Teresópolis e de Guapi. Os agricultores são certificados através de uma parceria da AAT com a ABIO-Associação dos Produtores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro. A certificação segue as regras do Ministério da Agricultura (MAPA) e utiliza o Sistema Participativo de Garantia (SPG). Aqueles que não participam da Feira estão distribuindo seus produtos para merenda escolar, feiras no Rio de Janeiro, entregas em domicílio ou na plataforma Comida da Gente, que permite encomendas pela internet e cinco pontos de entrega no Rio.
A novidade da Feira Orgânica da AAT é uma grande cobertura para proteção da chuva e do sol. Foi instalada logo na entrada das bancas e tornou mais confortável para os visitantes, facilitou para os produtores que não precisam mais montar barracas e têm o seu lugar garantido nos dias de chuva. O novo coordenador da AAT, João Galo, que comercializa mudas e insumos para a agricultura orgânica, comemora a instalação, pois melhorou a montagem do ambiente da feira, eliminando as pesadas barracas e utilizando apenas as bancas sob a nova cobertura.
João Galo lembra aos clientes e visitantes que a Feira irá funcionar no sábado de carnaval e na quarta-feira de Cinzas. "Na própria Feira o cliente também pode perguntar quem está entregando mercadoria em casa", conclui Galo, destacando o contato direto com o produtor como um dos expoentes da Feira Orgânica.
Vistoria
Outro ponto importante é que são realizadas visitas alternadas em todos os plantios e a primeira exigência é o exame da água que não pode estar contaminada com agrotóxicos. Jorge Studer, fundador e um dos mais antigos associados da AAT, considera o Sistema Participativo o melhor e mais eficaz porque os próprios produtores são os responsáveis pela observação dos métodos e conferência, havendo muita troca de conhecimento. No plantio, os agricultores utilizam fertilizantes e defensivos naturais como o que preparam com alho e pimenta, caldas, mistura de farelos, bocache, compostagem. O uso do plantio direto também é utilizado na agricultura orgânica. Não precisa arrancar nada da terra, é só ir plantando sobre o que já foi plantado e acrescentando novas sementes ou mudas. De acordo com Jorge Studer, até a agricultura convencional está utilizando o plantio direto.
Studer explica que a AAT aceita novos associados que precisam se predispor ao processo de transição. "Ele pode ter agricultura convencional mas tem que ter uma separação com espaços bem longos. O prazo de transição para passar definitivamente para o plantio orgânico é de cinco anos. Ele tem que querer muito plantar sem o veneno", conta Jorge ao explicar também que o tempo de colheita, em geral, é maior. Aqui colhemos banana no prazo de 24 meses, na agricultura com insumos não orgânicos são nove meses.
