Marcello Medeiros
Em plena luz do dia e com grande movimentação em uma das maiores avenidas do município, a Delfim Moreira, bandidos invadiram e roubaram a loja das Casas Bahia no início da tarde desta quinta-feira (31). Armados, eles renderam funcionários do setor de estoque e levaram grande quantidade de aparelhos de telefone celular. O número total não foi divulgado. Os dois homens, que tiveram as imagens registradas no sistema de câmeras do estabelecimento, fugiram em uma moto Twister de cor prata, subindo pelo Morro dos Pinheiros e “desaparecendo” em seguida. Pelo menos até o fechamento desta edição, eles não haviam sido encontrados. Segundo apurado no local, a dupla teria comparsas utilizando o mesmo tipo de condução, aguardando na avenida enquanto o ousado roubo acontecia.
Acionados por funcionários da loja de grande rede assim que os bandidos fugiram, policiais do 30º BPM iniciaram buscas na região e, ao mesmo tempo, viaturas foram deslocadas para as principais saídas do município com o objetivo de tentar evitar a fuga dos meliantes que, ao que tudo indica, são de fora. Perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil, também foi acionada. O caso foi registrado no setor de plantão da 110ª Delegacia de Polícia.
O crime registrado nesta quinta-feira é bastante parecido com o que aconteceu em 21 de março do ano passado. No final da manhã daquele dia, funcionários do setor de estoque da loja Ponto Frio, localizada no início da Avenida Delfim Moreira, na Várzea, foram rendidos por dois homens armados de pistola. Usando mochilas, eles obrigaram as vítimas a lhes entregar aproximadamente 70 aparelhos de smartphone e fugiram. Desses, boa parte seria de iPhones. Segundo apurado com a Polícia Militar, que logo após a comunicação do roubo iniciou operação de busca dos elementos, eles teriam fugido em um Toyota Corolla de cor preta.
Receptadores são culpados
Geralmente, os produtos tomados nessas situações – ou ainda piores, como em casos de latrocínio, roubo seguido de morte – são vendidos em feiras ou estabelecimentos que agem de forma ilícita. Quem compra, porém, também está sujeito a passar uma temporada na prisão, pelo crime de receptação. Adquirir produtos ilícitos pode gerar até três anos de cadeia e a pessoa pode ser presa imediatamente, independente do período que for flagrada de posse de um telefone celular roubado, por exemplo.
Número de roubos
Esse tipo de crime não acontece com frequência em Teresópolis. E, na maioria das vezes registradas até hoje, os autores acabaram presos em flagrante pela Polícia Militar. Além disso, dos casos anotados nos últimos anos, a grande parte envolvia criminosos de outros municípios. De modo geral, aliás, o número de roubos é baixo em comparação a municípios vizinhos. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em todo o ano de 2018 foram registrados no setor de plantão da 110ª Delegacia de Polícia 120 assaltos, 46 a menos do que no ano anterior. Desses casos, foram cinco roubos em estabelecimentos comerciais entre janeiro e dezembro passado. Em 2017, nove lojistas foram atacados por criminosos. Informações que possam contribuir com a elucidação desse e outros casos podem ser passadas para os telefones 190, 2742-7755 e 99817-7508.
Quadrilha especializada
Em abril de 2015, policiais da 65ª DP, em Magé, em ação conjunta com a 20ª DP e apoio da UPP Mangueira, efetuaram a prisão de morador do Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, considerado um dos principais integrantes da quadrilha que desde o ano anterior vinha praticando roubos a lojas de telefonia celular. Casas Bahia e Ponto Frio eram os alvos principais dos marginais, que entravam nas lojas armados e rendiam os funcionários para levar os aparelhos. Ele e seu bando foram apontados como autores em vários crimes, entre eles assalto na filial de Magé das Casas Bahia.