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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Pesquisadores procuram por “onça branca” da Serra dos Órgãos

Registro divulgado agora foi feito há mais de cinco anos, na região de Petrópolis

Marcello Medeiros

Esta semana viralizou nas redes sociais a imagem de uma onça-parda com leucismo – uma particularidade genética, devido a um gene recessivo, que confere a cor branca animais que geralmente são coloridos – flagrada na área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. O bonito exemplar do Puma concolor, porém, não é visto há mais de cinco anos. O registro que só ficou famoso agora aconteceu através de armadilhas fotográficas instaladas por pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em 2013, na área do PARNASO em Petrópolis. O animal é macho e jovem e foi visto entre as regiões do Bonfim e Caxambu.
Esse foi o primeiro registro no mundo desse tipo de animal com tais características, além do fator de ter sido feito em seu habitat natural. A espécie foi flagrada durante um trabalho de monitoramento que ocorreu entre os anos de 2010 e 2016 envolvendo 24 estações de amostragem, porém após o flagrante de 2013 o animal não foi mais visto. Sua mutação rara, o leucismo é uma anomalia genética de coloração que atinge os pelos dos animais e outros registros do tipo foram feitos em tigres e leões.
"Não sabemos o que aconteceu com ele e a pesquisa foi interrompida em 2016 por falta de verba. A ideia é retomarmos o estudo, conseguindo parceiros ou novos financiamentos para tentarmos localizá-lo novamente", explica a bióloga Cecília Cronemberger, uma das responsáveis pelo setor de pesquisas da unidade de conservação. “O parque tem poucas armadilhas funcionais e o ICMBio está tentando recursos para dar início ao projeto de monitoramento do animal. Estamos buscando apoio de pesquisadores parceiros, ações voluntárias e da iniciativa privada", relata Lucas Gonçalves, doutor em biologia que faz parte de uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Ele esteve na sede Teresópolis do Parque Nacional para ajudar nas pesquisas e tentar reativar o projeto de monitoramento do animal.
A frequência de leucismo em população natural é baixíssima e a expectativa é que, futuramente, apareçam mais onças brancas nessa população do Parnaso. O registro será divulgado no início de 2019 pela revista CatNews, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Mais sobre o animal
A onça-parda, também conhecida como suçuarana, é o segundo maior felino da Mata Atlântica. Mede até 1,20m – sem contar com a cauda – e pesa até 72 kg. Seu pelo é curto e de coloração marrom-avermelhada no dorso e um pouco mais clara no peito e barriga, com a ponta da cauda preta e laterais do focinho brancas. Não são vistas em bandos e seus hábitos geralmente se dão ao fim da tarde, quando saem para caçar suas presas. Alimentam-se de diversos mamíferos como veados, cutias, pacas, coelhos, queixadas, catetos, etc. Na reprodução, a gestação dura três meses, podendo nascer um ou mais filhotes, que ficam com a mãe até os dois anos. Os filhotes possuem manchas escuras, que perduram por pouco mais de um ano. Vive de sete a nove anos. Essa espécie não urra como os leões, tigres e demais felinos, sua vocalização parece um miado.

 

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Edição 23/11/2024
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