Marcello Medeiros
Mensalmente os teresopolitanos pagam uma fortuna em taxa de iluminação pública, valor que varia de acordo com o tipo de empreendimento ou residência. Quanto é recolhido pela Enel e quanto vai parar nos cofres da Prefeitura, ninguém sabe. Mesmo citando a Lei da Transparência, que obriga União, estados e municípios a divulgarem seus atos na internet, esses números continuam sendo uma incógnita. A única certeza nessa escuridão toda é que muitos bairros continuam sem o serviço cobrado – mesmo com anúncios de compras de lâmpadas e promessa de regularização pelo governo municipal. E, enquanto tem gente que já anda até com lanterna na bolsa ou com medo de ser atacado por algum ladrão que se aproveite da ampliação das sombras, há bairros onde as lâmpadas dos postes ficam acesas 24 horas por dia, como na região do Alto.
Esta semana, recebemos solicitações de moradores das proximidades da Praça Nilo Peçanha, ao lado da escola municipal Ginda Bloch e do campus sede do Centro Universitário Serra dos Órgãos, o UNIFESO, e estivemos no local. Constatamos que não são um ou dois sistemas de iluminação funcionando ininterruptamente, mas sim dezenas na pracinha e também nas ruas adjacentes, Sebastião Lacerda e Augusto do Amaral Peixoto. De acordo com os denunciantes, o problema persiste há cerca de três semanas, desde foi realizado um evento de gastronomia no local. "É um absurdo essas luzes estarem acesas direto há mais de dois meses nessa praça. É um desperdício de energia para o meio ambiente e uma despesa para o nosso bolso, afinal de contas pagamos iluminação pública. Será que a Prefeitura não consegue apertar um botão para acender e apagar essas luzes?”, questiona Madalena Arruda, moradora do Alto.
Não muito longe dali, a situação não é diferente na Granja Guarani e Pedreira, onde dezenas de postes ficam com as lâmpadas acesas mesmo com o astro rei no céu. “Acontece acima do ponto final do ônibus e na entrada da Pedreira”, relata o leitor David, residente na Pedreira, que entrou em contato com a reportagem através do nosso canal de WhatsApp (21 99436-5717). Se o município é cobrado por cada poste ou por estimativas, não conseguimos descobrir. Afinal, Prefeitura e Enel mantém na total escuridão informações relacionadas à prestação desse serviço no município.
Promessa de melhoria
A Assessoria de Comunicação informou que “A Prefeitura de Teresópolis, por meio da Secretaria de Serviços Públicos, já concluiu a recuperação da iluminação pública em cinco bairros da cidade. Bom Retiro, Barra do Imbuí, Paineiras, Vila Muqui e Espanhol foram os primeiros a ser atendidos pelo Programa de Recuperação e Manutenção do Parque de Iluminação Pública de Teresópolis”.
Ainda segundo o texto, para implantar o programa e atender uma demanda que se arrastava há mais de um ano, a prefeitura adquiriu seis mil lâmpadas, três mil relês e 2.720 reatores. “Todas as lâmpadas que estiverem queimadas serão substituídas e as que ficam acesas mesmo durante o dia terão os relês trocados. O trabalho será feito em todos os bairros, inclusive nos 2º e no 3º. Distritos”, justifica o governo do município.
O informativo destaca também que o trabalho vem sendo realizado à noite e pela madrugada, quando o reconhecimento dos problemas com os sensores fica mais evidente, e prossegue durante o dia e “por isso, o Secretário Beto Calixto pede que a população ajude a identificar os postes com problemas de iluminação, marcando aqueles que estão com lâmpadas queimadas ou que ficam acesas o dia todo. Essa identificação pode ser feita com um X usando tinta, caco de cerâmica ou com uma fita”.
A expectativa é que todos os bairros e Distritos sejam atendidos em até 60 dias. Teresópolis tem 16.700 postes e de, acordo com levantamento da Secretaria de Serviços Públicos, 40% deles estão com lâmpadas queimadas.