Depois de um ano e meio das escolas fechadas, marchas e contra-marchas por causa do risco de contaminação pela Covid-19 e a exigência dos servidores da Educação de serem vacinados para voltarem às salas de aulas, além das providências tomadas para o reinício das aulas e das diversas previsões frustradas de reinício, incertezas que desorganizam a vida escolar e criam transtornos para as famílias, a prefeitura definiu que a volta às aulas ocorreria na segunda-feira anterior à passada, 9 de agosto, reinício que foi adiado para o dia 16 quando, impreterivelmente, tudo estaria de acordo.
Aquisição de novo mobiliário para as cozinhas, contratação de quase 500 servidores do POT para auxiliar na confecção da merenda, transporte escolar, materiais, reformas dos abandonados prédios das escolas e creches, e a contratação de três empresas, por mais de R$ 16 milhões, para a prestação do serviço, por último a cargo da empresa Bem Nutritiva. Tudo havia sido providenciado, finalmente.
Depois de não cumprir a previsão derradeira, que seria 9 de agosto, e remarcado para o dia 16 o retorno à aulas, a data acabou não sendo possível porque a empresa vencedora do processo licitatório para o fornecimento de proteínas (carnes e ovos) para a produção da merenda escolar teria desistido do contrato no dia em que já estava agendada a entrega dos produtos nas unidades escolares, a quinta-feira, 12. “Assim, a Prefeitura terá que reabrir o pregão do procedimento licitatório para habilitar nova empresa para o fornecimento dos produtos citados. E, devido a essa intercorrência, as aulas presenciais, com retorno gradativo marcado para esta segunda-feira, 16, precisarão ser remarcadas, a princípio, para o dia 23/08, a depender do prazo dos trâmites legais para contratação e entrega dos itens, o que deve acontecer em até uma semana”, informou a Educação.
Dia 23 é segunda-feira que vem, data em que, finalmente, as aulas recomeçariam. Mas, no início da tarde desta sexta-feira, 20, áudio do setor responsável no grupo dos professores informou aos diretores de escolas que as aulas não serão retomadas, não informando a Educação nova previsão de retorno. “Todos sabem dos transtornos gerados pela ruptura do contrato da merenda, com a empresa que forneceria as carnes. A gente conseguiu num tempo hábil viabilizar o recomeço do processo, mas não deu tempo para que as mercadorias fossem entregues e no dia 23 não tem como recomeçar”, informou a Educação ao seu pessoal, continuando a agonia da indefinição nos lares teresopolitanos, onde as crianças já começam a ver a educação como item não essencial, tudo graças à incompetência da administração municipal. Em Nota Oficial, no final do dia, a prefeitura informou que “o retorno das aulas presenciais, de forma gradativa, precisou ser remarcada, com data provável para o próximo dia 30 de agosto.
Quem vai fornecer a merenda, provavelmente o segundo colocado no certame, ou alguma outra solução está sendo tramada, não se sabe porque a prefeitura nada informa. Quanto à empresa desistente, sediada na Vila Kennedy, em Nova Iguaçu, empresa que os próprios concorrentes já tinham percebido na licitação a sua hipossuficiência, até pelo seu pífio capital social, de apenas R$ 220 mil, coisa que o setor não atentou para o detalhe, a prefeitura informou que o setor jurídico estaria tomando as medidas legais previstas para que a mesma seja punida pelos danos causados ao município e a toda a comunidade escolar.