Marcello Medeiros
“Doe Vida, Doe Sangue”. A frase estampada nas paredes do Hemonúcleo Municipal é autoexplicativa. Mesmo assim, muitas pessoas ainda não compreendem a importância de um gesto tão simples e que ninguém – mas ninguém mesmo – está livre de um dia depender dele para continuar vivo. Para tem medo de agulha ou acha que não precisa se voluntariar nesse sentido, uma dica é dar uma passadinha no posto de captação de doadores de sangue do município e dar uma olhadinha no mural com dezenas de fotografias de pessoas que passaram pelo local nos últimos anos e fizeram sua parte. As imagens mostraram vários momentos da história do Hemonúcleo, que este ano completou 18 anos de existência e com muitas histórias de pessoas salvas por conta daqueles que tiraram meia horinha do seu dia para doar… Vida!
“A importância do Hemonúcleo é nítida. Hoje nós temos milhares de pessoas que necessitam dessas bolsas de sangue coletadas aqui, não só por acidentes, fatalidades, mas pessoas que têm doenças relacionadas ao sangue e que precisam dessas transfusões, às vezes diariamente. Além disso, importante frisar que fornecemos não só para Teresópolis, mas também para cidades adjacentes, ajudando até hospitais do Rio de Janeiro quando estes estão com o estoque em falta”, relata a responsável pelo posto, Dra. Natália Freitas.
Porém, mesmo com um grupo regular de doadores, o estoque da unidade continua baixo. Com a proximidade do fim de ano, quando muita gente sai de férias e viaja, ou simplesmente muda a rotina, esse número tende a cair ainda mais. Por outro lado, com maior movimentação nas estradas, aumenta também o número de acidentes de trânsito e, consequentemente, são maiores as chances de alguém precisar de sangue. “Esse número varia bastante. Tem época que tem grande número de doadores, tem épocas como as festivas, Carnaval, Natal, tem um pouco menos, mas até que banco de sangue consegue manter média semanal legal. A população de Teresópolis tem sido bastante solícita, colaborado bastante, mas o ideal é que tenhamos um pouquinho todo dia. Isso porque o sangue tem vencimento e não é muito interessante que venha um monte de gente no dia só e no outro dia não venha ninguém. Todo o sangue dessas pessoas de um dia vai vencer no mesmo dia, então por conta do vencimento desse sangue, o interessante que todo dia tenha um número médio de doadores”, explica a Médica.
Para ser doador é simples, bastando seguir alguns requisitos: Levar documento com foto; Peso acima de 50kg; Ter entre 16 e 69 anos (ou até 60 anos para a primeira doação); Dormir pelo menos seis horas na noite anterior; Não ingerir bebida alcóolica nas 12 horas anteriores à doação; Ter boa saúde; Se alimentar bem e não ingerir alimentos gordurosos nas três horas que antecedem o procedimento. O Hemonúcleo funciona na Rua Francisco Sá, 299, na Várzea, junto ao Posto de Saúde. O atendimento para coleta acontece as terças, quartas e quintas-feiras, das 8h às 12h.
Sangue e procedimento
O sangue é essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas, como a Doença Falciforme e a Talassemia, além de doenças oncológicas variadas que, frequentemente, necessitam de transfusão. A doação de uma pessoa pode beneficiar outras quatro. Segundo Ministério da Saúde, jovens na faixa etária de 18 a 29 anos representam 42% dos doadores no país. Anualmente, em média, 3,3 milhões de pessoas doam sangue e aproximadamente 2,8 milhões realizam transfusão sanguínea no país. Do total de doadores no ano passado, 60% são homens. No Brasil, estima-se que ainda 32% das doações são motivadas por familiares e amigos de pacientes. A frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.
Campanha Nacional
O Ministério da Saúde iniciou no último domingo (25) campanha nacional de mobilização para ampliar a doação de sangue no país. No Brasil, cerca de 1,6% da população doa sangue – 16 a cada mil habitantes. Embora o percentual fique dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) – de pelo menos 1% da população – a pasta quer aumentar o número de doadores no país.
Com a campanha “Doe Sangue Regularmente, Tem Sempre Alguém Precisando de Você”, o ministério quer sensibilizar novos doadores.
Tipos sanguíneos e fator Rh
Sangue tipo A: é um dos tipos mais comuns e contém anticorpos B, só podendo receber sangue de pessoas do tipo A ou O;
Sangue tipo B: é um dos tipos mais raros e contém anticorpos A, só podendo receber sangue de pessoas do tipo B ou O;
Sangue tipo AB: é um dos tipos mais raros e contém anticorpos A, que pode receber sangue de pessoas de todos os tipos;
Sangue tipo O: é conhecido como o dador universal é um dos tipos mais comum, que contém anticorpos A e B, só podendo receber sangue de pessoas do tipo O;
As pessoas com sangue do tipo O podem doar sangue para qualquer pessoa mas só podem receber doações de pessoas com o mesmo tipo de sangue. Por outro lado as pessoas do tipo AB podem receber sangue de qualquer pessoa, mas só podem doar para pessoas com o mesmo tipo sanguíneo. Já, pessoas com sangue do tipo A podem doar apenas para outras do tipo A ou tipo AB, assim como as do tipo B só podem doar para B e AB.
Além do tipo A, B, AB ou O, existe o fator Rh, que determina se o tipo de sangue é positivo ou negativo e influencia na compatibilidade sanguínea. Assim, pessoas com sangue positivo podem receber de pessoas com qualquer Rh, mas só podem doar para outras com sangue positivo. Enquanto se o sangue tiver Rh negativo pode doar para pessoas com sangue positivo ou negativo, mas só podem receber negativo.