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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Corpo de Bombeiros prestou 4.117 atendimentos em 2017

Muitos acidentes de trânsito e aumento do número de suicídios e tentativas são algumas das preocupações do 16º GBM

Marcello Medeiros

Esta semana o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) divulgou o balanço dos serviços prestados pela corporação no ano passado. O Anuário 2017 registra socorros realizados, efetivo e materiais empregados no dia a dia da instituição. Também constam dados sobre os serviços técnicos, o sistema de ensino e as atividades culturais. De acordo com a publicação, o CBMERJ realizou 344.112 atendimentos no estado do Rio de Janeiro, uma média de 943 por dia. As solicitações ocorreram com maior intensidade de 7 às 21 horas, com pico de concentração entre 17 e 19 horas. Em Teresópolis, foram 4.117 ocorrências em 2017 registradas no quartel principal, o 16º GBM, em Pimenteiras, e no Destacamento de Bombeiros Militares de Bonsucesso, criado quatro anos atrás para agilizar o atendimento no Terceiro Distrito do município. A maioria dos números ficou dentro da média de anos anteriores, mas alguns tiveram aumento e preocupam os socorristas da corporação, como, por exemplo, os registros de atendimento em casos de suicídio ou tentativa de tirar a própria vida, principalmente envolvendo adolescentes.
O trânsito continua sendo o principal motivo de ligações para pedido de socorro no telefone 193. Em 2017, Teresópolis registrou 680 ocorrências nas zonas urbana e rural. Colisões, capotamentos, tombamentos, atropelamentos… São diversas situações envolvendo pedestres e veículos de todo o tipo que poderiam ser reduzidas se não fosse comum pensar apenas na última etapa, o atendimento dos Bombeiros. O Tenente Fábio Pimentel, um dos Oficiais do 16º GBM, lembra que o trânsito tem três pilares que precisam ser melhor trabalhados e até revistos para se diminuir o número de vítimas parciais e fatais nos problemas do dia a dia em Teresópolis.
“O trânsito é um fenômeno social composto por três pilares. Um é a questão da engenharia. É necessário que se reveja a estrutura da cidade o no que tange ao transito. Por exemplo, nossa Reta tem vários retornos que facilitam acidentes em cruzamentos, principalmente de moto. Segundo, na parte coercitiva, fiscalizatória. É necessário que aumentemos essa fiscalização. O terceiro pilar que é onde o Corpo de Bombeiros quer atuar mais. Estamos muito tristes e cansados de simplesmente atuar no socorro. Fizemos uma série de compilação de dados dos últimos anos, inclusive com georeferências dos principais locais e horários de acidentes. Então queremos atuar na educação, principalmente de crianças. A partir do momento que a criança souber que se não estiver na cadeirinha, no cinto de segurança, e seus pais também não estiverem, em velocidade x vai estar tantas vezes acima do seu peso e pode se machucar não somente se o seu pai ou sua mãe ao dirigir bater, mas tem que criar cultura preservacionista, imaginando que tem alguém inconsequente que vai dirigir após ingerir bebida alcoólica e se invadir sua mão e você não estiver com cinto de segurança, sua criança presa adequadamente, vai sofrer ainda mais consequências disso. Queremos trabalhar com educação e fornecendo dados para que a atitude coercitiva seja melhor executada também”, pontuou.

Vidas sendo perdidas
Outro dado bastante preocupante registrado em 2017 é o que indica os atendimentos de PTM (Pessoas com Transtorno Mental). Isso porque, muitas vezes, os registros cadastrados através dessa sigla envolvem casos de tentativa ou suicídio consumados – que na maioria das vezes acabam não ganhando destaque na mídia pela questão ética de não divulgar tal situação. O ato de buscar maneiras de tirar a própria vida é motivo de inquietação nacional e, em Teresópolis, aumenta a cada dia. No ano passado, foram 126 ocorrências de PTM no 16º GBM e DBM 2/16. E, ao que tudo indica, em 2018 esse número será ainda mais alarmante. Somente no primeiro semestre já foram 87 saídas para tal. Pimentel alerta ainda que boa parte do envolvidos atendidos nos últimos meses foi de jovens e que o município precisa se estruturar para um serviço mais amplo nessa área.
“Isso indica que algo tem que ser feito. Teresópolis não tem uma estrutura preparada para recepção de pacientes essa natureza, não temos uma clínica especializada e muitos desses casos declinam para tentativa de suicídio. Em relação aos PTM temos visto que isso ocorre mais nas comunidades carentes, não sei se por falta de dinheiro medicamento e acompanhamento médico. Em relação à tentativa de suicídio é público bem homogêneo, mas temos reparado algo bem peculiar. Jovens na faixa de 13, 14, 15 anos que querem se matar porque brigaram com os pais, porque escutaram um não, porque foram impedidos de ir uma festa, por exemplo. Isso é cada vez mais constante e está nos preocupando. Nem sempre se concretiza, mas esse tipo de tentativa de suicídio indica que algo tem que ser feito a nível familiar, a nível institucional, nas escolas. A gente está pronto para atuar, porém às vezes pode ser tarde para um socorro em algo que poderia ter sido evitado com um diálogo”, destaca o experiente Oficial do 16º GBM.

Água e fogo
Em relação aos incêndios, até empiricamente é fácil perceber que no período de estiagem é comum encontrar nossas matas em chamas – mesmo sendo um ato que prejudica toda a população. Os números do Anuário 2017 do CBMERJ mostram que foram 360 saídas para combate a incêndio, sendo a grande maioria em vegetação. A pesquisa mostra ainda que a Região Serrana concentra a maior parte dos registros (26,8% de todo o estado) e que no mês de setembro a situação é ainda mais complicada. O Tenente Fábio Pimentel atenta para o prejuízo com a queda da qualidade de vida e risco de mortes nas regiões onde tal situação é frequente.
“Infelizmente nosso município é acometido por muitos incêndios florestais e em um local onde as principais vocações são o ecoturismo e agricultura, isso é péssimo. O incêndio acaba com a vegetação, empobrece o solo, impede que a água da chuva percola o solo e chegue aos lençóis freáticos, dando origem às nascentes de água. Então, quanto mais fogo se tem menos água para consumo próprio, agricultura, para tudo. Fora da área florestal, na área urbana onde tem vegetação próxima, podemos citar como exemplo a Serra dos Cavalos, um grande morro que no entorno tem Vale da Revolta, Jardim Meudon, Pimentel, Rosário, Barroso, Santa Cecília, Carlos Guinle e Comary. Principalmente no trecho entre Pimentel e Santa Cecília tem tido uma incidência muito grande de fogo de vegetação, que já apuramos que muitas vezes teve início queima de lixo. Esse ato é muito perigoso. Mesmo que a pessoa pense que esteja controlado não está. Um fogo que tem início de uma pilha de folhas, uma fuligem sobe com a fumaça e encontra pontos secos em área que ela não está vendo. Aí vai se propagar da mesma forma, mesmo que faça acero. Não pode se botar fogo em lixo em lugar nenhum por isso, além de ser crime ambiental”, destaca.
A perda da cobertura vegetal também implica no aumento do risco em relação aos deslizamentos de terra. Para tentar diminuir esse tipo de ocorrência, os militares do 16º GBM tem feito campanhas educativas e buscando envolver as comunidades com o treinamento de grupos para atuar nos primeiros fogos e evitar o alastramento das chamas.

Quartel e destacamento 
O 16º GBM tem a função de prevenção e combate a incêndios, salvaguardar bens materiais, buscas, salvamentos e socorros públicos no âmbito de sua respectiva área de atuação. O quartel fica na Rua Guandu, 680, bairro de Pimenteiras. Os contatos são e-mail gbm16@cbmerj.rj.gov.br e telefones 2641-4106 / 2641-4517. Criado em 2014, o Destacamento de Bonsucesso é um “braço” do 16º e agilizou consideravelmente os atendimentos no Terceiro Distrito. Só para se ter uma ideia, antes um caminhão tanque, carregado d´água, levaria até uma hora para chegar em uma ocorrência naquela região, sendo esse apenas um dos muitos exemplos. O DBM/2 fica no quilômetro 28 a RJ-130 e atende pelos telefones 2641-2036 e 2641-2171. Em ambos os casos, as chamadas de emergência devem ser preferencialmente feitas através do 193.

 

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Edição 21/12/2024
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