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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Fechamento de escola municipal é motivo de preocupação

Crianças terão que ser ?distribuídas? em outros estabelecimentos e andar mais para conseguir estudar

Marcello Medeiros

Pais e responsáveis de cerca de 70 anos do Ensino Infantil matriculados na Escola Municipal José Guarilha Júnior, localizada nas proximidades do quilômetro 15 da Estrada Teresópolis-Friburgo, entre Sebastiana e Imbiú, no Terceiro Distrito, estão preocupados. Devido a localização do estabelecimento de ensino, bem próximo a um curso d´água, e grandes rachaduras em algumas paredes do prédio público, o local deve ser fechado. Dessa forma, os jovens terão que ser remanejados para outras escolas da região e, em boa parte dos casos, precisar de maior tempo de deslocamento para conseguir estudar.
No último fim de semana foi compartilhada em redes sociais uma solicitação do Ministério Público, através da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Teresópolis, encaminhada ao estabelecimento de ensino e solicitando “uma listagem respectiva de todos os alunos matriculados em 2018 e indicação de unidade que melhor atenderá cada um dos remanescentes e o prazo previsto para remanejamento para escolas próximas, a fim de assegurar o acesso à educação e resguardar a integridade física dos alunos, professores e funcionários da unidade”.
Segundo relatos de moradores da região, estaria sendo organizada mobilização para fechamento da RJ-130 como protesto contra a decisão. “É uma falta de respeito com nossas crianças que estudam e já estão acostumados com a escola. Realmente está precisando de uma reforma, mas fechar por conta do rio é um absurdo, é muito triste ver isso acontecendo, tomara a prefeitura fazer alguma coisa em respeito, como a escola do Imbiú caberá outras crianças? A escola já está lotada e nem espaço pra crianças brincarem não tem e agora querem colocar os de Sebastiana lá”, relatou E. Pinheiro, em publicação sobre o tema em rede social. 
Outra mãe, porém, se mostrou favorável à intervenção no prédio público. “Minha filha estuda nessa escola, e até entendo, que é uma pena a escola ser fechada, mas na atual situação que a escola se encontra, para mim é um alivio, saber que minha filha não vai voltar para lá. O rio realmente passa muito próximo da escola e não sabemos se pode ou não ter mexido na estrutura do prédio. Entendo que em primeiro lugar vem a segurança das crianças”, pontou M. Cardoso.

Rachaduras
Em março passado, O DIÁRIO publicou reportagem com imagens que circularam em redes sociais mostrando problemas estruturais no prédio. Em uma delas, era possível ver o exterior da unidade em uma rachadura que parecia seguir do chão ao teto. Em outras, pontos de rompimento nas proximidades de janelas e o que seria vazamento no telhado. “Escola querida! Foi minha primeira experiência quanto professora. Sinto muito saber que está em condições precárias. Realmente, muitos alunos tiveram oportunidade de ter uma boa formação ali”, relatou a educadora Nilza Salomão em uma das postagens sobre o assunto. “Meu Deus, fui diretora lá a escola estava linda, como deixaram chegar neste ponto?”, questionou outra educadora, Márcia Coutinho, na mesma publicação.

Sobrevivente da Tragédia
Localizada nas proximidades de um curso d´água, o estabelecimento de ensino foi bastante afetado na maior catástrofe ambiental do país, em 12 de janeiro de 2011. Por conta dos danos causados na Tragédia e preocupação com a inoperância do governo municipal, pais de alunos e funcionários se uniram para recuperar o que havia sido danificado e retirar a lama que havia tomado conta do local. Um dos voluntários foi o então presidente da Associação de Moradores, Amigos e Produtores de Sebastiana, Francisco Ribeiro. Pai de uma aluna da escola, ele ficou impressionado com a situação e temeu pela reabertura. “Eu achei que ia ser difícil, porque tivemos muitas perdas. Os computadores da escola acabaram. Acabou tudo. O piso chegou até a estufar”, relatou Francisco em entrevista ao jornal O Globo na época. A reportagem, que até hoje ainda pode ser lida na internet, destaca que a mobilização para pôr a escola novamente em condições de funcionamento aproximou ainda mais a comunidade da instituição e, no fim, restou aos moradores a sensação de dever cumprido. “Nós ficamos contentes. Se a escola acabasse como as crianças iriam ficar?”, disse outro morador.
Nesta segunda-feira entramos em contato com a secretaria municipal e Educação, através da Assessoria de Comunicação da Prefeitura, sendo informado que o prefeito Vinicius Claussen participaria de vistoria no local para saber que procedimento seria tomado em relação à situação do estabelecimento.

 

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Edição 23/11/2024
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