Marcello Medeiros
Dentro da nova realidade da Guarda Municipal, desde que assumiu a secretaria municipal de Segurança Pública o Tenente da Polícia Militar Marco Antônio da Luz, o serviço de fiscalização no trânsito com a utilização de um reboque foi retomado. O equipamento, recuperado após anos de abandono, assim como a gestão de importante setor, está sendo utilizado para remover de vias públicas veículos estacionados em locais proibidos ou abandonados por seus proprietários e atrapalhando a passagem de pedestres ou o fluxo de automóveis. Muitas solicitações têm sido feitas à corporação, que tem se dividido entre as regiões mais movimentadas e outras comunidades prejudicadas pela falta de respeito de muitos motoristas. Nos últimos dias, diversos veículos foram removidos para o Depósito Público Municipal em Três Córregos. Para reavê-los, é necessário pagar taxa de diária e outros encargos, como o próprio uso do reboque.
No caso de automóveis abandonados em calçadas ou vias públicas de forma que atrapalhem o trânsito, primeiro os agentes da GM tentam encontrar o proprietário ou deixam uma notificação dando um prazo para que ele seja removido para local adequado. Caso tal pedido não seja acatado, acontece a retirada e transferência para a área pública às margens da Rio-Bahia. Depois de mais de um ano fechado, o depósito em Três Córregos foi reaberto na semana passada. Para o secretário de Segurança é fundamental ter um local adequado no município para a guarda de veículos até que os proprietários regularizem a situação. “O prefeito foi muito sensível ao reabrir o depósito, não pela questão de arrecadação de tributos para a Prefeitura. Por exemplo, teve um carro que sofreu um acidente na Várzea, o condutor foi embora e o veículo ficou abandonado na rua. A Guarda Civil Municipal foi ao local desobstruiu a via e rebocou o carro para o Depósito Municipal, onde ficará resguardado”, lembra Da Luz.
Localizado na altura do km 71 da Estrada Rio-Bahia, em Três Córregos, o Depósito Municipal de Veículos Apreendidos funciona de segunda a sexta, das 9h às 12h e de 14h às 17h. O telefone de contato é 2741-1169. Para solicitar remoções de veículos abandonados, os telefones são 3642-8299 e 97560-1662 (WhatsApp).
Falta de respeito
Por diversas vezes O DIÁRIO mostrou que carros velhos, muitos caindo aos pedaços, têm sido deixados em diversas vias públicas e até ocupando totalmente calçadas, gerando incômodo e riscos diversos. Em meados do ano passado, por exemplo, destacamos o caso de um Escort Hobby ano 1994. Ou melhor, o que sobrou dele. Parcialmente desmontado, o que já foi um veículo acabou abandonado em cima de calçada na Rua Guaicurus, Jardim Meudon. “Sem vidros, o antigo modelo da Ford está servindo de depósito de todo o tipo de lixo, acumulando também água parada e, consequentemente, diante das duas situações, contribuindo para a proliferação de vetores de doenças como ratos e mosquitos. Na mesma rua, alguns metros antes, encontramos outro veículo que pode seguir o mesmo caminho, um Fiat Tempra de cor azul. Ocupando totalmente a passagem de pedestres, o que já foi um automóvel de luxo não é vistoriado pelo Detran desde 2004”, informou nossa reportagem.
Horários de ônibus
Em agosto do ano passado, destacamos que um dos muitos exemplos gerados pela ampliação da frota – já são quase 100 mil veículos emplacados em Teresópolis – e aumento da falta de educação é o estacionamento ou paradas em locais proibidos ou de forma que atrapalhe ou até obstrua totalmente a passagem de outros veículos. O caos gerado pela falta de respeito acontece em vários bairros, desde a região central do município até as partes altas do populoso São Pedro. “Um dos muitos serviços que fica prejudicado é o de transporte coletivo”, pontuou o jornal. Na ocasião, conversamos representante das Viações Dedo de Deus e 1º de Março, que pontuou as localidades com maior número de registros desse problema e lembrou que, por várias vezes, comunidades ficaram várias horas sem ônibus porque um ou mais motoristas resolveram estacionar seus carros em trechos de curvas ou locais que impediam totalmente a passagem dos grandes carros da empresa.
“Isso hoje para a gente é um problema muito sério, pois fazemos toda uma programação para atender os bairros de forma bem ampla e satisfatória e muitas das vezes não conseguimos nem entrar no bairro. Em alguns lugares o problema é recorrente, como na Muqui, Pimentel, Morro dos Pinheiros, onde constantemente há carros mal estacionados, em plena rua. A população, através das associações de moradores, precisa se empenhar um pouco mais. A grande maioria depende do ônibus e nessas situações o transporte individual acaba atrapalhando bastante o transporte coletivo”, destacou Jorge Martins, Gerente Operacional VDDL/1º de Março.
Com a passagem obstruída, um horário em atraso acaba complicando todos os outros. Já houve casos onde a comunidade ficou o dia todo sem o transporte coletivo porque os irresponsáveis proprietários de passeio não os retiraram do caminho do ônibus. “Um exemplo mais clássico é o do Pimentel. Às vezes o bairro fica de quatro a cinco horas sem que o ônibus tenha acesso porque tem veículos na rua, ou seja, um bairro inteiro prejudicado por causa de alguém que deixou o carro de qualquer maneira na rua”, atenta Martins.