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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Pedro Gil no lugar de Tricano

Vereador assume cidade interinamente em meio a maior crise institucional já vivida pelo município

Anderson Duarte

O vereador Pedro Gil Ferreira de Paula é o quinto prefeito em um curto intervalo de quatro anos, a assumir o cargo no município de Teresópolis depois da confirmação do afastamento de Mario Tricano. A expectativa para a saída do político era tamanho que uma sessão extraordinária no final da noite foi convocada para que a posse fosse confirmada e os trabalhos de recuperação da cidade seguissem já nas primeiras horas de hoje. Já passavam das nove da noite quando no plenário da Casa Legislativa, os vereadores oficializaram a posse ao novo prefeito que fica no cargo até que se realize um novo pleito para o cargo em nosso município. Em discurso de posse, Pedro Gil agradeceu a Deus e a família pelo apoio e foi complementado pelo seu companheiro de plenário e agora presidente da Mesa Diretora, Leonardo Vasconcelos.
Considerado um grande “abacaxi” nas mãos do gestor, a administração do município de Teresópolis esbarra em décadas de incapacidade gerencial e, como vimos, nenhum tipo de ação continuada nas práticas administrativas os últimos anos de sequentes mudanças no comando e inúmeros casos de denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público. Não bastasse esse contexto absolutamente desfavorável sob o aspecto político, o advento da equivocada posse do político Mario Tricano no ano de 2016, sob força de liminar, também marcou o mais temerário período de gestão já experimentado pelo município. O orçamento de quase 500 milhões de reais, sonhado por 90% das administrações públicas dos mais de cinco mil municípios espalhados por essa nação, acabou se tornando pequeno para tantos gargalos e desperdícios gerados pela falta de competência e má intenção da gestão pepista. Desastrosa, equivocada, mal intencionada, contraproducente e ilegítima. Assim fica marcada a passagem melancólica do polêmico, até as últimas palavras, político Mario Tricano.
O deputado Milton Rangel, representando a bancada do partido na Alerj, esteve presente na sessão e durante breve fala fez questão de ressaltar a impossibilidade do município, ainda sob a batuta de Tricano, de conseguir ajuda de instâncias superiores pela falta de credibilidade e instabilidade presente na gestão. Também durante a cerimônia o suplente Angelo Gallo foi empossado no lugar deixado vago com a saída de Gil e volta ao plenário depois de um extenso período de mandatos consecutivos interrompido por uma derrota nas urnas. Anginho, que também sempre mostrou atuação tímida e pouco produtiva do ponto de vista legislativo, ficou muito desgastado depois que assumiu a postura de proteção ao ex-prefeito Arlei Rosa, em seguidas quedas de pedidos de abertura de comissão processante contra o cassado político do PMDB.
Uma sessão, que apesar de ser atípica pelas condições normais, acabou sendo mais conhecida que o se esperaria para o eleitor teresopolitano, muitos cabos eleitorais, secretariado da gestão Pedro Gil, assessores políticos da Casa, e os famosos “aspones” que sempre espreitam o novo elemento no poder. Também durante os discursos, muita ênfase na necessidade da cidade reverter o processo de destruição iniciado e maquinado pela gestão tricanista, bem como a realização de um trabalho de investigação profunda nas contas e pagamentos realizados pelo gestor cassado. “Passou um ano sem pagar ninguém, saiu de licença por seis meses, nem se importou com o que estava acontecendo e voltou agora pagando e deliberando sobre o que bem entendeu. Isso foi a gestão tricanista, que agora ainda tem coragem de dizer que não há crise. Realmente, que é o causador da crise não consegue mesmo sentir os efeitos dela, mas nós todos teresopolitanos sabemos bem a dimensão dessa crise sem fim”, lamentou Leonardo Vasconcelos, acompanhado na argumentação por grande parte dos edis que fizeram uso da palavra.
Já na tradicional cerimônia, que da mesma forma que aconteceu com a sessão de posse na Câmara, acabou por se tornar uma imagem comum para o cidadão, na Casa do Povo, Pedro Gil participou de seu primeiro momento como Chefe do Executivo e novamente cercado por familiares e assessores. Em seguida ele se reuniu em seu gabinete com o secretariado e fez uma simbólica primeira reunião de trabalho, sendo esse mesmo o principal foco das discussões, trabalho e a necessidade de se trabalhar com ênfase na recuperação da cidade. Apesar do clima de festa da cerimônia, nada há para se comemorar, visto que o período em que Tricano brincava de ser prefeito e deixava uma horda de incompetentes tomarem conta da máquina administrativa, nossa cidade viu sua capacidade de recuperação esvair-se, bem como a esperança de retomada de crescimento do município.

 

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Edição 23/11/2024
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