Em um ano marcado por diversas manifestações de intolerância, o Rio de Janeiro registrou pelo menos um caso de intolerância religiosa por semana em 2017. Ao todo 67 vítimas foram atendidas pela equipe da Secretaria de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos.
A maioria dos casos é por discriminação (29%), seguido por depredação de templos (26%) e Difamação (18%). As agressões verbais e físicas, como a ocorrida com a idosa de 65 anos que foi agredida com uma pedrada no mês de agosto, correspondem a 6%. O caso aconteceu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O município ocupa o segundo lugar no ranking da intolerância com 14%, atrás apenas da capital fluminense com 43,5%. Em terceiro lugar aparece o município de Duque de Caxias com 6%. Vale ressaltar que 12% dos casos acompanhados pela secretaria ocorreram em ambiente virtual.
A maioria dos ataques foram direcionados a religiões de matriz africana. Candomblé (45%), Umbanda (16%) e outras religiões de matriz africana (10,5%) foram as maiores vítimas de intolerância religiosa no último ano.
– Os números de intolerância religiosa no estado são assustadores. Toda semana uma pessoa é atacada por simplesmente professar a sua fé, um direito garantido constitucionalmente. Estamos articulando não só com os órgãos de segurança, mas também com os de educação e cultura para combater esse tipo de ocorrência e conscientizar a população sobre a importância da diversidade religiosa em nosso estado – disse o secretário de Direitos Humanos, Átila Alexandre Nunes.
Na última sexta-feira (19) o Governo do Rio criou primeiro Conselho Estadual de Defesa e Promoção da Liberdade Religiosa. A medida marca o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, comemorada neste domingo (21).
– É uma conquista única, principalmente considerando o momento de intolerância que nós estamos passando no nosso país. Não é um fenômeno só estadual, mas nacional. Os números do Disque Direitos Humanos do Ministério [dos Direitos Humanos] deixam ver, de forma muito nítida, o aumento exponencial do problema no Brasil – afirmou Nunes.
Para dar apoio às vítimas de intolerância religiosa, a secretaria lançou em agosto o Disque Combate ao Preconceito. As denúncias de atos preconceituosos podem ser feitas pelo (21) 2334 9551. Através do canal, vítimas podem fazer denúncias e solicitar apoio jurídico, psicológico e social.