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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Mutirão de pintura e limpeza no Edmundo Bittencourt

Direção do CEEB convoca comunidade para auxiliar na recuperação das salas de aula

Marcello Medeiros

A crise financeira e política no estado do Rio de Janeiro tem afetado milhares de pessoas direta e indiretamente. Um dos problemas mais debatidos é o grande atraso no pagamento de salários e benefícios, mas a falta de investimentos em diversos setores é outra situação que gera bastante preocupação. Uma dessas áreas é a educação. Em Teresópolis, o principal estabelecimento de ensino da rede estadual sofre com a redução do quadro de funcionários e recursos para manutenção do seu grande prédio. Por conta disso, a direção do Colégio Estadual Edmundo Bittencourt, na Várzea, vai realizar um mutirão de voluntariado para pintura das salas e limpeza da unidade escolar. Há anos o CEEB não recebe a manutenção essencial para o funcionamento adequado.

“A gente também sobre com esse grande no estado, com falta de pessoal, com uma equipe muito reduzida. Paralelo a isso estamos com uma gestão nova na direção e queremos começar o ano com uma cara nova no colégio, buscando que as pessoas participem, convoquem alunos, ex-alunos, pais e responsáveis para pintar e ajudar a limpar, para quando as aulas voltarem estar tudo limpinho e reformado. Infelizmente, não temos condições fazer sozinhos com o quadro de funcionários atual. Estamos convidando a comunidade, pois sabemos que a escola tem uma história local muito forte, que muita gente gosta. Além disso, é o início de um trabalho para ajudar a mudar a cabeça do jovem que picha, que vandaliza o local onde vai ficar pelo menos três anos estudando”, explica a Diretora Márcia Paranhos. 

O mutirão está marcado para o próximo sábado, a partir das 8h, e a expectativa é que as equipes trabalhem durante todo o dia. Dessa forma, qualquer ajuda é bem vinda, independente do horário e tempo que a pessoa possa disponibilizar para contribuir com a recuperação do principal prédio da rede estadual em Teresópolis. “O material em geral a gente tem, conseguimos tinta e alguns equipamentos. Agora quem puder e tiver rolo e bandeja, por exemplo, é bom trazer. Não sabemos quantos virão e pode faltar”, atenta a Diretora.

“Um bem de todos”

Um dos mais tradicionais e conhecidos colégios da rede estadual no município, o CEEB atualmente recebe cerca de 600 alunos por ano. Desde sua fundação, milhares de pessoas passaram pelo estabelecimento localizado na Avenida Lúcio Meira. A maioria guarda com carinho boas lembranças e não esconde o orgulho de ter participado de grandes projetos escolares no Edmundo Bittencourt. Além de recuperar as salas de aula, danificadas pela ação do tempo e casos isolados de vandalismo, o mutirão do próximo fim de semana tem como objetivo aplicar tal sentimento de pertencimento à nova geração de estudantes.

“Antes o CEEB tinha da alfabetização até o ensino médio e era mais fácil criar vínculo com a escola, pois os estudantes faziam todo o período na mesma escola. Minha mãe e meus tios estudaram aqui nesse perfil, eu no ensino médio. Hoje está mais difícil porque são só três anos, somente ensino médio no período integral. Então é importante despertar sentimento que o colégio é deles. A intenção é manter essa tradição e fazer com que daqui a 20 anos tenham esse orgulho de dizer que estudaram no Edmundo Bittencourt”, enfatiza a Professora Jaqueline Soares.

Outra integrante do atual quadro docente do CEEB, Soraya Blois reforça a importância do trabalho de envolvimento dos jovens com o estabelecimento de ensino. “Estudei aqui durante todo meu curso Normal e acho muito importante essa ideia de valorização. Hoje os jovens chegam de uma escola onde passaram do CA ao nono ano, chegam em uma escola nova e precisam aprender essa ideia, que aqui é a extensão da casa deles, que serão bem vindos, que vamos atender da melhor maneira possível, mas que é preciso cuidar desse ambiente que é nosso, de todo mundo, por isso ideia do mutirão. Legal destacar também o Grêmio Escolar, que é muito parceiro, tem dado muita força com os alunos também”, destaca. “Em trabalhos assim eles começam a entender que o que é publico não é dos outros, é nosso. Que temos que cuidar do ponto de ônibus, da rua… Entendem que a cidade é nossa e é preciso cuidar do nosso lugar”, completa Soraya.

Professoras Soraya e Jaqueline e a Diretora Márcia Paranhos enfatizam a importância da participação da comunidade no ato voluntário

 

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Edição 23/11/2024
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