Marcello Medeiros
Em seu blog e também em página na rede social Facebook, a empresa Uber informou que a partir desta sexta-feira começaria a operar em dois dos três principais municípios da Região Serrana do estado, Teresópolis e Petrópolis. “A Uber pretende ser parte da cidade oferecendo à população uma alternativa acessível, moderna e eficiente, para que os Petropolitanos e Teresopolitanos vivam ainda mais suas cidades”, enfatizou a empresa. Porém, segundo apurado pelo jornal O DIÁRIO no final da tarde de ontem, por aqui não haveria autorização para a prestação do serviço. A Câmara de Vereadores informou não haver nenhum tipo de regulamentação para tal tipo de empreendimento no município. Apesar de não ter emitido nota oficial sobre o assunto até o fechamento desta edição, a informação é que a prefeitura também sequer teria sido procurada.
Na divulgação sobre o início das atividades nos dois municípios, a empresa cita atrativos turísticos. “Agora é possível conseguir em poucos minutos um motorista parceiro da Uber para sair com os amigos, trabalhar, visitar o Museu Imperial de Petrópolis ou dar uma passada na Vila St. Gallen, em Teresópolis. Estas são as mais novas cidades no Brasil em que a Uber opera, e nossa missão é oferecer mais uma alternativa prática e confiável de mobilidade para a população”. Segundo o site da Uber, o preço base será de R$ 2,50. Por quilômetro, a tarifa será de R$ 1,15 e de R$ 0,15 por minuto. O preço mínimo e taxa de cancelamento custarão R$ 7.
Taxistas preocupados
No final do mês passado, O DIÁRIO conversou com o Presidente do Sindicato dos Taxistas de Teresópolis, Onofre Corrêa, que falou sobre a falta de regulamentação para a prestação do serviço e a preocupação da categoria naquele momento – visto que há meses dezenas de pessoas estavam trabalhando com o transporte irregular de passageiros, sem nenhuma ligação com a Uber e se dizendo motorista de tal empresa. “Eu não sou contra qualquer tipo de transporte, desde que seja legalizado. Veja bem, o taxista legalizado tem que ter o ponto, o alvará da Prefeitura, o aparelho taxímetro que é fiscalizado regularmente pelo Ipem, seja na vistoria ordinária ou nas possíveis trocas de carros. A gente paga para retirar o aparelho, pra reinstalar e para aferir. Tudo é caro. Como oferecer um transporte que não dá o mínimo de segurança? Estamos transportando vida. O país inteiro corre atrás da legalização dos transportes, mas tudo que é irregular é crime. Lembro que no passado tivemos as vans que geraram polêmica e que hoje rodam normalmente legalizadas em linhas alternativas”, atentou o sindicalista.
Concorrência desleal
Na opinião de Onofre, além dos impostos recolhidos pelo Uber não virem para Teresópolis, o preço mais barato do serviço alternativo é consequência da falta de obrigações legais. “O taxista tem inúmeras despesas. Aí vem o outro sem nenhuma dessas responsabilidades, com veículos sem segurança, e dizer que isso é transporte legal de passageiros. Com isso eles podem cobrar mais barato”, justifica. “É como um comerciante instalado que concorre com um camelô. O táxi é um transporte seguro e sofre inúmeras fiscalizações, seja da Prefeitura como concedente ou mesmo a PM, como órgão de inspeção”, afirma.