André Oliveira
Ainda sem saber quando vão receber os dois meses de salários atrasados, os servidores da Prefeitura de Teresópolis fizeram mais um protesto na manhã desta quarta-feira, 13. Uma passeata saiu da Prefeitura e seguiu para a casa onde mora o prefeito em exercício, Sandro Dias, no bairro de Agriões; Depois o grupo seguiu para frente da Rádio Geração 2000, que pertence à família do prefeito licenciado, Mario Tricano e em seguida foi para o prédio onde o político moraria, na mesma rua da emissora. Por fim, seguiu para a Prefeitura, onde encontrou o palácio Thereza Christina com as portas fechadas. Agentes da Guarda Civil Municipal impediram a entrada dos manifestantes na repartição e houve principio de tumulto. Policiais militares foram acionados e tiveram de intervir para controlar a confusão. Os ânimos só se acalmaram quando a servidora Kátia Borges, membro da diretoria do SindPMT e que havia entrado minutos antes, avisou aos servidores que havia crianças no teatro municipal e que a confusão estaria gerando pânico entre elas.
Protesto ‘delivery’
A manifestação começou de forma pacífica. Os servidores iniciaram o protesto seguindo para o bairro de Agriões até a casa onde Sandro Dias viveria com sua família. Com apoio de carros de som e gritando palavras de ordem, a categoria pedia que a situação salarial dos funcionários públicos fosse regularizada. Segundo o SindPMT, atualmente o Executivo Municipal deve aos servidores os vencimentos relativos aos meses de outubro e novembro e a parte do 13º salário, que chegou a ser quitado para os trabalhadores que ganham até R$ 1100.
Em seguida o grupo seguiu para a Rua Coronel Antônio Santiago, no mesmo bairro, onde fica a sede da Rádio Geração 2000, dirigida pela família do prefeito afastado Mario Tricano. Também não faltaram palavras de ordem e protestos. Ainda no bairro de Agriões, os servidores caminharam até o prédio onde Tricano moraria, mantendo o ritual das paradas anteriores.
Confusão na Prefeitura
O grupo seguiu então pela Avenida Feliciano Sodré até a sede da Prefeitura. A sede do Executivo municipal estava com as portas fechadas e um pequeno grupo de agentes da GCM garantindo a segurança. Segundo o Sindicato, eles teriam sido orientados para impedir a entrada dos servidores no prédio público, o que acabou acirrando os ânimos de alguns participantes do protesto. Houve empurra-empurra de ambos os lados e policiais militares que acompanhavam a manifestação tiveram de intervir para impedir que o tumulto progredisse. A servidora Kátia Borges, membro da diretoria do SindPMT, voltou de dentro do prédio e pediu calma aos demais servidores. Havia um grupo de crianças participando de atividades no Teatro Municipal. Elas estariam acuadas e amedrontadas pela confusão do lado de fora.
“Em momento algum o sindicato foi informado sobre qualquer atividade no teatro municipal. Isso mostra o tipo de pessoa que dirige essa Prefeitura. Eles trancaram as crianças e puseram medo nelas. Nós servidores não somos bandidos. Pedimos desculpas aos pais, mas garantimos que em momento algum houve qualquer risco”, garante Andrea Pacheco, presidente do SindPMT. O sindicato acusa os agentes da GCM e os policiais militares de truculência. Após o episódio os servidores fizeram uma oração e finalizaram o movimento.
O próximo capítulo da saga entre Executivo e servidores será no dia 22 de dezembro, às 14h, data onde o Prefeito Sandro Dias e a representação do SindPMT vão abrir uma mesa de negociação. Há expectativa de novas manifestações nesse dia.