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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Montanha de lixo jogada no Paquequer

Mais uma agressão ao rio, que há anos não recebe atenção do INEA

Marcello Medeiros

Há anos o Instituto Estadual do Ambiente não realiza ações em nosso principal curso d´água, sendo o principal delas o serviço de desassoreamento. Grandes bancos de areia e outros materiais são vistos em vários pontos do Paquequer, alguns causando estrangulamento no caminho da água e consequentemente aumentando os riscos de alagamentos no período de chuvas fortes. Não bastasse a inoperância do INEA e a incompetência do governo municipal em cobrar a realização de tais serviços, o teresopolitano tem contribuído para que a situação fique ainda mais crítica: Quem passou pela ponte da Calçada da Fama nesta terça-feira se assustou com mais um ato de grande desrespeito com o meio ambiente e com o próximo. Grande quantidade de lixo foi despejada em uma das margens, em trecho entre a antiga Francisco Sá e a Praça Olímpica Luís de Camões.

Aparentemente, são materiais recicláveis que haviam sido separados e deixados na Rua Manuel Madruga, provavelmente provenientes do descarte de estabelecimentos comerciais do entorno e que diariamente utilizam a via ao lado da praça para depositar o material até a passagem do caminhão da empresa que presta tal serviço para o município. Como represália a pessoa que sobrevive dando destinação correta a papel e papelão, recebendo alguns trocados pelo serviço, ou apenas ato de vandalismo, alguém jogou as caixas e outros objetos que poderiam ser reciclados dentro do Paquequer.

O material engrossa a lista de resíduos sólidos que diariamente são despejados em vias públicas e que acabam entupindo bueiros ou parando dentro do curso d´água, afetando assim espécies diversas – inclusive a nossa – ao longo do caminho do rio. O Paquequer nasce entre as mais altas montanhas da Serra dos Órgãos e, pouco depois que deixa a unidade de conservação ambiental, começa a sofrer violentamente a ação antrópica. Quando chega em Providência, onde deságua no Rio Preto, sua água nada lembra aquela pode ser consumida in natura alguns quilômetros antes. O Preto, por sua vez, deságua no Paraíba do Sul, que tem como linha final o mar em São João da Barra, próximo a Campos dos Goytacazes, na região Norte do Estado.

“O sujo falando do mal lavado”

As imagens que ilustram essa reportagem foram publicadas na página do jornal O DIÁRIO e DIÁRIO TV na rede social Facebook nesta terça-feira, gerando indignação de alguns teresopolitanos – preocupados com o seu futuro e das gerações seguintes. O leitor Dudu Pereira relatou o seguinte: “Tudo bem que a coleta do lixo não tem sido regular, mas o povo também tem que ter educação e educação vem de casa! Um povo que não tem um pingo de noção do estrago que está causando a geração futura, depois vem chorar as tragédias futuras se no passado não se importou em que lugar descartou o seu lixo”. Já Renato Rocha destacou a responsabilidade de ambas as partes envolvidas nessa história: “A culpa é do prefeito que não faz a coleta de lixo é a população é culpada pela falta de educação e não separar corretamente e jogar no rio. É dever do cidadão cobrar das autoridades competentes o recolhimento do lixo. Fica o sujo falando do mal lavado”, pontuou.

Quem passou pela ponte da Calçada da Fama nesta terça-feira se assustou com mais um ato de grande desrespeito com o meio ambiente e com nossas futuras gerações – foto Marcello Medeiros

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Edição 22/11/2024
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