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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Não trabalhar a prevenção é caro e ineficiente, aponta oncologista

Hospital São José alerta para os maiores problemas que afetam a saúde do homem e como boas práticas de vida evitam doenças

Anderson Duarte

Estima-se que mesmo já sendo hoje uma situação alarmante, daqui a duas décadas, se nada for feito, haverá ainda mais brasileiros, entre homens, mulheres e crianças, que morrerão com algum tipo de câncer. Esse predomínio das doenças crônicas não transmissíveis como o câncer como principal causa de mortes, comprova que a história, a cultura e os hábitos de vida explicam como nossa sociedade hoje adoece e morre. “Todos os dias estamos expostos a fatores de risco como alimentação inadequada, inatividade física, sobrepeso, tabagismo, uso excessivo de drogas e fatores externos ao nosso corpo como violência, acidentes, problemas ambientais e desigualdades sociais”, lembra em entrevista ao Jornal Diário na TV, o médico Oncologista Henry Najman. Ao debater as ações do Novembro Azul, o especialista afirmou que se não trabalharmos melhor a prevenção contra o câncer, continuaremos insistindo em uma luta sem possibilidade de vitória.
“Considero que a pergunta que desafia a todos os cidadãos brasileiros é: daqui a 30 anos teremos vencido a guerra contra o câncer? A resposta é difícil, e sua resolução depende de como vamos encarar a doença a partir de agora. Todas as estimativas alertam que daqui a algumas décadas as principais causas de morte serão oriundas das causas externas, como acidentes, suicídios, agressões, complicações médicas, mas ainda assim o câncer será a segunda maior causa de morte. Isso se tivermos uma cultura de prevenção geral da saúde instituída”, explica o médico que ainda aprofunda sua fala na questão do câncer de próstata, principal objeto da campanha Novembro Azul. Segundo Henry Najman, a chamada “Vigilância Ativa” é o tipo de tratamento mais seguro para o câncer de próstata e que se popularizou nos últimos anos. “Essa ação é caracterizada pelo acompanhamento periódico do tumor, sem que se faça uma cirurgia para sua retirada ou radioterapia, mas mantendo a possibilidade de um tratamento curativo quando for preciso, a vigilância ativa é indicada para tumores pequenos e de baixo risco, ou seja, aqueles pouco agressivos”, explica.

“Essa classificação é baseada no toque retal, PSA, métodos de imagem como a ressonância multiparamétrica e principalmente na biópsia da próstata. Um tratamento definitivo, como a prostatectomia radical, que é a retirada da próstata ou a radioterapia, que é o método capaz de destruir células tumorais com radiação ionizantes, somente será indicado caso haja progressão da doença em pacientes com expectativa de vida maior que dez anos. Esse tratamento depende muito da aderência e comprometimento do paciente”, acrescenta o médico que ainda fala da pequena resistência ainda existente quanto a essa adoção da “Vigilância Ativa”, e tranquilizou os pacientes. “Desde que o paciente faça os exames periodicamente, conforme seu urologista determina, nos tumores de baixo risco, a possibilidade de prejuízo ou descontrole para com aquela saúde é pequena, sendo que estudos recentes mostraram os mesmos resultados oncológicos de sobrevida, independentemente da idade do paciente. Portanto, a idade não é fator importante na vigilância ativa, somente os critérios de baixo risco”, diz.

Dentre os benefícios mais evidentes deste tipo de intervenção estão a prevenção dos efeitos adversos derivados de um tratamento radical, como incontinência urinária e disfunção erétil, que são raros, mas podem acontecer com a prostatectomia radical ou radioterapia. “Os estudos mostram que naqueles pacientes que não tiveram progressão da doença, isto é, em torno de 70% dos pacientes que ficaram em vigilância ativa em 15 anos, a taxa de mortalidade por câncer de próstata foi menor que 5%. E em diversos serviços do SUS a vigilância ativa é realizada da mesma forma que nos pacientes privados, dependendo muito da aderência do paciente a esse tratamento, inclusive no Hospital São José”, explica. A campanha Novembro Azul, desde que foi instituída, apesar de ter foco no câncer de próstata, contempla a saúde integral do homem, e pretende mobilizar a população masculina e seus responsáveis diretos, no caso de crianças e adolescentes, para conhecerem mais sobre sua saúde, em diferentes fases da vida. E a lista de doenças que acometem o homem é extensa, passando por diversas fases da vida. Na infância, por exemplo, as doenças incluem a fimose, a infecção urinária e a prostatite, que é uma inflamação da próstata. Já entre os adolescentes, normalmente mais arredios aos cuidados médicos, a lista destaca a arritmia cardíaca, as doenças sexualmente transmissíveis e até a ejaculação precoce. Na fase adulta, aparecem doenças como cálculo urinário e os mais diversos tipos de câncer. Por fim, na terceira idade, integram a lista diabetes, disfunção erétil e hipertensão arterial. “Por meio da informação é possível trabalhar a conscientização dos cuidados com a saúde e a mudança de hábitos, além da importância do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento”, explica o Oncologista.

Criada em 2011, a campanha, originalmente, visa orientar a população masculina sobre o câncer de próstata. A doença figura como o segundo tipo de câncer mais comum entre homens, com mais de 13 mil mortes anuais – uma a cada 40 minutos. Mais de 80 mil novos casos devem ser registrados no país em 2017, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Durante todo o mês de novembro, são realizadas atividades de orientação sobre o câncer de próstata e a saúde do homem e ações para estimular a atividade física. Também foram realizadas a distribuição de material informativo e a iluminação na cor azul de prédios públicos, entre eles, o Viaduto do Chá, em São Paulo, e o Congresso Nacional, em Brasília. Diversos colaboradores e parceiros do Hospital São José atuaram este ano, dentro do setor de Oncologia da instituição, em ações sociais de conscientização para a importância do diagnóstico precoce como forma de cura para o câncer de próstata. Pacientes, acompanhantes e população em geral tiveram acesso a serviços de saúde, de estética e até de orientação jurídica.

Legendas:
zhsj_novembroazul (1)
 

zhsj_novembroazul (2) 
Não trabalhar a prevenção é caro e ineficiente, aponta o oncologista Henry Najman. O Hospital São José, durante o Novembro Azul alerta para os maiores problemas que afetam a saúde do homem e como boas práticas de vida evitam doenças

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Edição 22/11/2024
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