Marcello Medeiros
Quando se fala em crise, a situação em Teresópolis parece ser ainda pior do que no resto do país. Além do caos financeiro gerado pela incompetência e irresponsabilidade da classe política, em todas as esferas, o município ainda vive as consequências da maior catástrofe natural do país e a tragédia política que veio logo em seguida e continua enraizada no Palácio Teresa Cristina. Com tamanha desorganização e desrespeito, a redução do número de vagas de emprego com carteira assinada caiu drasticamente no município, com registro de déficit por um longo período. Porém, a boa notícia é que os números divulgados esta semana pelo Ministério do Trabalho mostram que a maré começa a seguir no sentido contrário. Outubro fechou com saldo de 374 vagas formais e crescimento em três setores.
De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no décimo mês do ano foram 1.204 admissões e 830 desligamentos. Das cinco principais áreas contabilizadas, as que apresentaram recuperação foram a Indústria (114 contratações x 79 dispensas), o Comércio (362 admissões x 293 desligamentos) e Serviços (638 contratados x 359 dispensados). Construção Civil e Agricultura apresentaram pequenas quedas, com redução de oito e seis vagas com carteira assinada, respectivamente. A pesquisa foi feita em 6.906 estabelecimentos, que concentram 33.848 vagas de emprego formais em Teresópolis.
Entre janeiro e outubro, o resultado também é satisfatório. Foram 10.042 contratações contra 9.939 pessoas dispensadas de suas funções, em um saldo de 103 vagas. Nesse período, o setor com maior crescimento foi o de Serviços, com diferença positiva de 458 oportunidades. O que mais cortou vagas formais nos 10 primeiros meses de 2017 foi de Construção Civil, com menos 478 pessoas empregadas com registro na Carteira de Trabalho. No caso dos municípios vizinhos que têm população e situação parecidas com a nossa, Nova Friburgo também vem apresentando bom resultado, com 786 vagas formais a mais. Já em Petrópolis o caminho segue inverso, com 17.372 admissões e 18.366 dispensas, ou seja, quase mil funcionários a menos em diversos setores.
Números do país
No país, o aumento do número de empregos formais em outubro foi puxado pelos setores de comércio, indústria de transformação e serviços. De acordo com números do Caged, 76.599 vagas foram criadas no mês passado. O resultado de outubro é o melhor do ano até agora. O comércio foi o setor que mais se expandiu no último mês, com 37.321 novos empregos formais, dos quais 30.187 no comércio varejista. A indústria de transformação teve o segundo melhor desempenho, com 33,2 mil novos postos de trabalho, graças sobretudo ao desemprenho da indústria de produtos alimentícios, que abriu 20.565 vagas. Já o setor de serviços criou 15.915 vagas de emprego formal em outubro. No acumulado do ano, o saldo de empregos chega a 302.189 novas vagas, crescimento de 0,79% em relação ao mesmo período de 2016.
Qualificação e serviços online
Esta semana o Ministério do Trabalho lançou um pacote com quatro ações para melhorar e modernizar o atendimento e a qualificação dos trabalhadores. Umas das delas é a Escola do Trabalhador, a plataforma digital de ensino à distância com capacidade para qualificar, até o final de 2018, 6 milhões de brasileiros. A ferramenta dispõe de 12 cursos profissionalizantes gratuitos. Até o final deste ano, a expectativa é de outros 38 cursos sejam oferecidos.
Outra novidade é o Sine Fácil, o aplicativo já disponível nos celulares Android, ganhou outras funcionalidades e ficou mais amigável. Agora, está disponível também para os telefones com sistema operacional iOS. Pelo aplicativo, o trabalhador pode encontrar vagas de emprego na rede Sine de todo o Brasil de qualquer smartphone ou tablet conectado à internet, sem a necessidade de procurar os postos físicos de atendimento. Pelo aplicativo também é possível se candidatar às vagas, agendar entrevistas com empregadores e acompanhar a situação do seguro-desemprego.
Outro aplicativo lançado foi o da Carteira de Trabalho Digital, que é uma versão eletrônica da impressa. Também estará disponível para os sistemas Android e iOS. Nesse primeiro momento, a carteira em papel continuará sendo o documento oficial, mas sempre que o trabalhador precisar acessar qualquer informação sobre o contrato de trabalho vigente ou os anteriores terá como fazê-lo por meio do smartphone. Por esse mesmo canal, também será possível solicitar a 1ª ou 2ª vias da carteira de trabalho em papel.
O seguro-desemprego poderá ser solicitado de casa, assim que o trabalhador receber os documentos demissionais. O procedimento exige que o profissional, após preencher o cadastro na internet, vá até um posto do Sine. “Sabemos das dificuldades que os trabalhadores têm enfrentado nesse momento no nosso país e estamos agindo para auxiliá-los da melhor forma, tornando a prestação de serviços do Estado mais eficiente para eles”, disse o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.