Marcello Medeiros
Há cerca de dez dias foi inaugurada uma base de segurança, compartilhada pela Guarda Municipal e Polícia Militar, no pequeno prédio localizado junto à Praça Olímpica Luís de Camões. A reforma do espaço, que já atendeu às secretarias de Turismo e Ciência e Tecnologia, já mudou a cara da principal área de lazer da região central do município, sem contar a maior segurança para os muitos frequentadores desse espaço. A decepção dos usuários, porém, veio dias após a inauguração do local: A reforma promovida pela secretaria municipal de Obras e Serviços Públicos não passou do pequeno prédio e um monumento localizado em frente ao mesmo. Todo o restante da praça continua emporcalhado pelas dezenas de pichações, sem contar que outros problemas que se arrastam há meses continuam na mesma.
Quem para nas proximidades do posto do INSS e olha em direção ao posto compartilhado pelo 30º Batalhão de Polícia Militar e secretaria municipal de Segurança Pública se depara com a gritante diferença no tratamento. Enquanto o imóvel se destaca nas cores azul e branco, as paredes do entorno, no lado da antiga quadra, continuam sujas com as indecifráveis e questionáveis pichações. A impressão que se tem é que o serviço ainda vai ser concluído, que a “nova cara da praça ainda está tomando forma” – como prometido no mês passado.
“É muito legal ver a Guarda Municipal ou viaturas da polícia por ali, isso já inibe a presença dos vagabundos que dividiam espaço com nossas crianças. Mas assusta constatar que a prefeitura sequer se preocupou em continuar a pintura além daquilo que preparou para a festa de inauguração. Se é para mudar a praça, tem que continuar o serviço. Agora, com mais segurança, vai ficar mais fácil manter”, relata o leitor Arthur Soares, quem motivo nossa reportagem a visitar o espaço público mais uma vez.
Risco para a criançada
Se por um lado a sensação de segurança quanto à criminalidade é maior, a insegurança para os pequeninos, principalmente, ainda é grande. Em situação cada vez mais críticas, os brinquedos do parquinho estão deixando de ser divertidos e passando a se tornar locais para possíveis acidentes. As gangorras já não existem mais, sobrando apenas uma base que pode gerar um tombo. No caso dos balanços, na maioria sobraram apenas as correntes. Agora, até os escorregadores sofrem com o desgaste e falta de manutenção. Em um deles, desapareceu uma das alças de segurança na parte inicial da descida, onde a criança senta e começa a “aventura”.
E o “treino Olímpico”?
Se a parte inicial da reforma merece apenas uma medalha de bronze, o incentivo aos esportes que podem levar nossos teresopolitanos a disputar futuramente uma Olímpiada ainda não chega sequer ao pódio. Para os adeptos do basquete, não é possível mais utilizar a quadrada. Os aros sumiram e os tablados estão em situação precária. Para o pessoal do vôlei, desafio é equilibrar e regular a rede nos tombados mastros. Para quem prefere o esporte mais popular do país, treinar pós-chuva é complicado diante da grande quantidade de poças em toda a quadra.
Inaugurada em Seis de Julho de 1957, aniversário do município, a Praça Olímpica Luís de Camões tem sido cenário de descaso e falta de respeito com o contribuinte nos últimos anos. Ficou fechada entre 2013 e 2015, aguardando a conclusão de uma reforma cara e questionável. Após ser reaberta, foi abandonada totalmente pelo Governo Tricano, recebendo capina e recuperação de uma das grades apenas cerca de quatro meses atrás – para a realização de um evento particular no entorno do espaço. Nesta quarta-feira, entramos em contato com a Assessoria de Comunicação da PMT para buscar informações sobre a possível continuidade da reforma iniciada duas semanas atrás, mas não recebemos nenhum tipo de resposta até o fechamento desta edição.