Marcello Medeiros
Assim como aconteceu no dia 6 de Julho, aniversário de emancipação político-administrativa do nosso município, o 7 de Setembro passará em branco em Teresópolis. Em nota divulgada pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura nesta terça-feira, a Secretaria de Educação informou que “Para comemorar o Dia da Independência do Brasil, celebrado em 7 de setembro, as escolas da rede municipal de ensino promoverão atividades pedagógicas nas unidades para marcar a Semana da Pátria”. Resumindo, as crianças que tradicionalmente desfilavam pelas avenidas da cidade comemorando – e aprendendo sobre – a importante data, devem ficar restritas às salas de aula. Ainda segundo o texto “O objetivo da Secretaria Municipal de Educação é que através do projeto ‘Quebrando muros, criando laços’, os alunos vivenciem o sentido cívico da data. Cada escola municipal definirá a programação a ser realizada, para cumprir os 200 dias letivos do calendário escolar”. Assim, além de mais uma vez não realizar um evento de grande importância e que tem custos baixíssimos para o município, o governo Tricano sequer consegue se posicionar oficialmente sobre a abertura ou não de cada estabelecimento de ensino nesta quinta-feira.
E essa não é a primeira vez que tal administração comete tamanha agressão contra data cívica e histórica. No ano passado, o Desfile de 7 de Setembro passou muito longe da comemoração pelos 194 anos da independência do Brasil. O evento foi improvisado ao ponto de o governo municipal não ter a preocupação de sequer hastear as bandeiras nos mastros da Praça Olímpica Luís de Camões, que acabou se tornando palco das apresentações das bandas marciais das escolas administradas pela Secretaria Municipal de Educação. Sem as bandeiras do Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Teresópolis, sem palanque, sem um equipamento de som que permitisse que os participantes ouvissem perfeitamente as informações propagadas sobre os verdadeiros artistas, sem a participação de autoridades ou forças militares, a apresentação foi salva pela garra e brilhantismo das crianças envolvidas nos importantes projetos das bandas escolares. “Aqueles que geralmente desfilam carregando as placas com os nomes dos estabelecimentos de ensino que estudam ou representando símbolos de acordo com a apresentação, dessa vez tiveram que ficar de fora, sentados no entorno da pracinha e apenas segurando as identificações de suas escolas ou colégios”, atentou o jornal O DIÁRIO na edição de 8 de setembro de 2016.
Na ocasião, também informamos que a impressão que se teve sobre o Sete de Setembro é que a decisão de realizar o evento aconteceu na véspera, visto que todos que chegavam ao local não sabiam exatamente onde seria realizado. “A informação inicial é que aconteceria no Parque Regadas. Porém, a avenida virou ponto de concentração das bandas escolares, que começavam a tocar na Djalma Monteiro e tinham que improvisar uma manobra para fazer curva e descer a rampa de acesso da Praça Olímpica, onde cada uma tocava de três a quatro músicas”, destacou a reportagem sobre a desorganização que, pelo que se vê, é comum até hoje.
Momento histórico para o país
Em 9 de janeiro de 1822 e com todo o suporte do Partido Brasileiro, Dom Pedro tomou a decisão definitiva sobre as ordens da corte para que retornasse. A declaração é replicada até hoje nos livros de história. “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: Diga ao povo que fico”. Por conta do discurso, o episódio ficou conhecido como Dia do Fico. Mas, apesar da decisão de Dom Pedro, os confrontos com a corte portuguesa permaneceram e chegaram ao ponto de, sempre amparado pelas elites e o Partido Brasileiro, o príncipe regente determinou a ruptura política entre Brasil e Portugal. Em 7 de setembro de 1822, foi proclamada, oficialmente, a independência do Brasil, em São Paulo. Quando regressou ao Rio de Janeiro, Dom Pedro foi aclamado imperador e coroado com o título de Dom Pedro I, em dezembro de 1822.