Wanderley Peres

Dispararam os casos de Covid em Teresópolis. Por culpa da população, é claro, que ficou desleixada com os cuidados já sabidos para a necessária prevenção. Em vez de distanciamento social, festinhas e aglomerações. Com a máscara no queixo ou sem máscara porque já “está vacinado”. E, da higiene pessoal com as mãos, especialmente, só quem carrega o frasco de álcool gel para a proteção pessoal porque agências bancárias e lojas comerciais não vem dispondo o precioso item de segurança contra a doença. A prefeitura não fiscaliza o rigor do decreto que emite, deixando o povo ao deus-dará a cura e, além de não sair em defesa da prevenção, quando faz o atendimento é pela metade, no improviso, na carência, fartando mesmo somente as firulas nas postagens de Facebook, onde a cidade de fantasia que o prefeito governa funciona como estivesse tudo uma maravilha. Tem vacina para crianças, só que não tem; não tem atendimento infantil, os locais de testagem são uma aglomeração só e os leitos, que o governo diz que tem também não tem. Aliás, os leitos, agora são 4 clínicos e 5 de UTI apenas porque foi cancelado o contrato da municipalidade com o Hospital São José.

Tem muitos casos de Covid, muito mais que em outras cidades, mas o número de internações não aumenta, como vem ocorrendo em outros municípios…

Informação coerente e verdadeira, transparente, a prefeitura também não tem. Apesar de contar com apenas 5 leitos, segundo informou a assessoria de imprensa do prefeito a O DIÁRIO na tarde desta quinta-feira, 27, entre os dias 17 e 27 de janeiro de 2022 foram 10 os pacientes transferidos para leitos de UTI em outros municípios. “Os leitos municipais para a Covid-19 são regulados pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, que em caso de indisponibilidade de leitos em Teresópolis, regula as vagas para outras localidades capazes de realizarem a internação”, diz o governo, que não se preveniu para a carência e agora depende de mandar doentes para outros municípios, ignorando como ficam as famílias, com o coração nas mãos, tamanha agonia com a falta de notícias e outras dificuldades por conta desse humilhante traslado.
Segundo o painel Covid do Estado, Nova Friburgo estaria nesta quinta-feira com 100% de ocupação dos seus 33 leitos, 23 deles de enfermaria e 10 UTI Covid-19). E em

Petrópolis são 31 leitos de enfermaria e 47 leitos UTI, um total de 78 leitos. 
Em Teresópolis, segundo o painel de faz de conta, são 4 leitos de enfermaria e 5 UTI. Se em 10 dias foram 10 pacientes transferidos e a prefeitura só tem 5 leitos UTI, temos uma média de 6 pacientes UTI/Covid dia. Mas, como, se os municípios vizinhos que têm maior controle da pandemia estão com muito mais leitos ocupados. Aqui, onde a Covid-19 grassa à vontade, não tem leito e tem poucos pacientes sendo transferidos.
Para ter uma ideia do descaso da Prefeitura de Teresópolis com a população, São Fidélis, com população estimada em menos de 40 mil habitantes (38.749 em 2021) tem mais que o dobro de leitos que em Teresópolis. São 10 leitos UTI e 10 leitos clínicos. Em Bom Jesus do Itabapoana, também com menos de 40 mil habitantes, são 40 leitos enfermaria e 60 UTI.
As informações são do painel Covid do Estado, que lista Teresópolis entre os 7 municípios do estado com menos leitos que o necessário. Na difícil condição de verem seus familiares trasladados para outros municípios, sujeitando-se a dor que isso representa, além dos moradores de Teresópolis estão os de Valença, Cachoeiras de Macacu, Três Rios, Rio das Ostras, Cardoso Moreira e Nova Friburgo, que tem 10 leitos Covid, o dobro que Teresópolis, e ainda são insuficientes, segundo a secretaria estadual de Saúde.

Quinto lugar em mortes por Covid 19

Décimo oitavo município do estado em população, Teresópolis se mantém em quinto lugar em número de mortes, com 933 mortes, e média de 511 por 100 mil habitantes, mais que Petrópolis (506) e Nova Friburgo (460) e Guapimirim (325). Os números são do Painel Covid desta quinta-feira, 27, em sistemas.saude.rj.gov.br. Pior que Teresópolis em casos de morte por 100 mil habitantes estão apenas Miracema, 537; Sapucaia, 652; Iguaba, 522 e Rio de Janeiro, 524.