– Organizadores tiveram reunião com o MP nesta segunda e conversam com o prefeito nesta terça-feira
Wanderley Peres
A notícia de que a feira agroecológica vai ser retirada do terreno onde está há doze anos, às margens do Paquequer, nas proximidades da rodoviária, pegou de surpresa os cerca de 60 agricultores familiares que ali trabalham. Na última semana, os responsáveis pela Associação Agroecológica de Teresópolis foram intimados a deixar o lugar no prazo de dez dias, notícia que provocou a movimentação dos feirantes e seus incentivadores, entre eles os clientes, já íntimos dos agricultores familiares, todos se reunindo na última sexta-feira para debater o problema e buscar uma solução, já tentada na tarde desta segunda-feira, 17, quando foram recebidos, em comissão, pelo Promotor Público, Rafael Lemos. Nesta terça-feira, a conversa vai ser com Vinicius Claussen, às 15h30min, no gabinete do prefeito, que já teria oferecido aos agricultores o terreno às margens do rio próximo à rodoviária, na praça de Esportes Radicais.
Considerada de Utilidade Pública pela Câmara Municipal, premiada pela prefeitura com o prêmio Aldir Blanc, com nota máxima, por desenvolver um trabalho cultural de relevância para a cidade, com ações ambientais e de trabalho contínuo, a Associação Agroecológica de Teresópolis tem 60 associados, agricultores familiares que dependem diretamente do espaço para o seu sustento. Referência turística na cidade, e procurada também pelas famílias que valorizam o contato com os agricultores, em 2021 a AAT conquistou o Prêmio Ashdem, escolhida entre 800 instituições mundialmente reconhecidas, ficando em segundo lugar como trabalho essencial para regeneração de solo.
“Somos uma associação Agroecológica, isto quer dizer, buscamos trabalhar de forma inclusiva, prezando por relacionamentos saudáveis entre os membros, os clientes e com a natureza. Trabalhamos no galpão da feira, de frente a rodoviária de Teresópolis, já há 12 anos, onde fomos apoiados pela prefeitura para construir o galpão e providenciarmos as melhorias do lugar. Criamos um palco com arte e cultura onde eventos acontecem semanalmente e a associação vem se expandindo, trazendo mais agricultores, e suas famílias para fazer parte do movimento orgânico. Construímos nesse espaço de feira um toldo para apoiar mais expositores, e fazemos a manutenção à beira do rio Paquequer, onde trabalhamos às margens dele”.
Um dos batalhadores da causa orgânica em Teresópolis, o engenheiro Beto Selig entende que o local é o melhor para a feira e articula com os companheiros de luta uma solução para o problema. “Pediremos ao prefeito a necessária segurança para continuar fazendo a Feira enquanto as questões da ocupação não se resolvem. Neste momento isso é o mais importante para nós”, diz o coordenador geral do movimento, que entende ser o local de onde querem retirá-los o ideal para os clientes e os feirantes.
O terreno ocupado pela Feirinha Agroecológica é de propriedade da Sudamtex, que os proprietários têm plano de transformar em condomínio, ou bairro, se a câmara permitir, inclusive a área ocupada até pouco tempo pela prefeitura como sede da secretaria de Serviços Públicos, onde são guardados veículos e materiais diversos. O DIÁRIO tentou saber da prefeitura se existe uma ação do proprietário na justiça para a desocupação da área, ou do vigor do contrato para a ocupação do terreno pela Feira e a própria Prefeitura. Até o fechamento da matéria não obtivemos resposta.