Luiz Bandeira
Está previsto para ocorrer no primeiro semestre do próximo ano leilão de veículos que estão há mais de 60 dias, contados até a data do loteamento, apreendidos e depositados no pátio municipal em Três Córregos. A equipe de reportagem do jornal O Diário e Diário TV foi conferir esses bens móveis deixados sob sol e chuva e que parecem aguardar um dono que os coloquem para rodar. Entre motocicletas, veículos de passeio, utilitários, caminhões e sucatas há oportunidades de adquirir um veículo em condições de uso, porém há também veículos que só serão úteis para retirada de peças ou reciclagem. Quem nos recepcionou no depósito municipal foi o próprio comandante da Guarda Civil Municipal, Gil Wellington, que nos deu explicações sobre algumas questões a cerca do leilão. “O prefeito e o secretário de Segurança estão estudando para que no primeiro semestre de 2022 estejam sendo leiloados os veículos aqui, incluindo carros e motos abandonados e que estiverem aqui além do prazo limite de 60 dias. Está sim previsto para o primeiro semestre de 2022, até para poder esvaziar, até porque antes do último leilão que tivemos havia carros com mais de três anos no pátio com carros um em cima do outro. Não queremos deixar chegar a esse ponto, a intenção é esvaziar e fazer a rotatividade para deixar o pátio disponível para atender a cidade”, explicou o Chefe da GCM.
O último leilão com veículos depositados no pátio municipal foi em 13 de fevereiro de 2020, com veículos acumulados no decorrer de três anos, e a promessa na ocasião era de que os certames seriam mais frequentes permitindo a manutenção de espaço para atender novas apreensões. Na ocasião, o prazo para se retirar um deles do pátio sem que fosse colocado a leilão era de 90 dias, mas agora quem tem carro apreendido no depósito municipal precisa ficar atento, pois o prazo diminuiu para dois meses. “O prazo antigo era de 90 dias até que um carro desses pudesse ir a leilão, independente dele ser carro abandonado ou carro apreendido cometendo infração, mas hoje tem uma resolução do Detran que estipula um prazo de 60 dias, a partir daí qualquer município pode estar fazendo um leilão”, detalha Gil.
Donos podem recuperar
O agente de GCM explica o que fazer para retirar um veículo apreendido. “Se o proprietário quiser vir buscar o carro, ele tem o direito de vir retirar o veículo, apresentando a documentação e pagando todas as taxas que tiverem que ser pagas. Mesmo quando o leiloeiro já estiver loteado esse carro, pagando também a despesa do leiloeiro, pois ele já assumiu o objeto de leilão, o proprietário vai poder recuperar seu veículo. A prioridade no leilão é do proprietário do carro, então mesmo sendo leiloado e se o proprietário tiver condições de arrematar esse carro, vai ter a chance até o final desse carro retornar pra ele”, pontua.
Recuperação, reparação ou reciclagem
Dentre os muitos carros apreendidos no depósito, há uma pick-up Volkswagen Amarok prata em perfeitas condições, um veículo que desperta o interesse de muitos motoristas, além de muitos carros de passeio e motocicletas com menos de 20 anos de uso e que ainda têm valor comercial. Parte da verba arrecadada com o leilão será destinada aos encargos devidos. “É bom as pessoas saberem que quando se faz esse tipo de leilão, parte do que é arrecadado vai pagar toda a documentação, DPVAT, IPVA, diária de depósito, enfim, todas a taxas recolhidas pelo estado são pagas”, destaca Gil Wellington.
É importante informar ainda que um carro adquirido em leilão precisa de autorização para voltar a rodar pelas ruas e estradas do estado. “Depois de adquirir um veículo de leilão tem que aguardar para poder utilizar esse veículo, tem gente que a gente pega carros e motos de leilão que não aguardam a documentação estar em dia pra estar rodando. Se comprar esse carro e for pego com esse veículo com papel de leilão, vai retornar para o depósito, pois esse veículo não tem autorização do Detran. Primeiro tem que fazer a documentação e o Detran autorizar ele rodar”, explica o Comandante da GCM.
Além dos veículos recuperáveis, aqueles que podem voltar a rodar nas ruas, há também aqueles que serão vendidos como sucatas. Alguns podem até ter condições de funcionamento, mas a falta de condições de regularização inviabiliza o seu uso, como carros com adulteração de chassi e até aqueles com emplacamentos de outros estados. Para adquirir sucatas há a necessidade de apresentar CNPJ de empresa do ramo de reciclagem.