• Equipamento para Desenvolvimento Social, Saúde e Ciência e Tecnologia
• Administração não informa que fim dará aos computadores que já tem

Wanderley Peres

“Publicado em DO nesta segunda, 21, contrato de aluguel de computadores para atender as secretarias de Ciência e Tecnologia, Saúde e Desenvolvimento Social. O valor do aluguel de computadores para as três secretarias é R$ 2.526.000,00. Isso mesmo, 2 milhões 526 mil reais”.

A notícia publicada na coluna WANDERLEY na edição desta terça-feira, 22, desagradou a administração municipal, que respondeu em Nota afirmando que o valor citado se refere ao período de 48 meses, ao longo 4 anos, conforme publicado no Diário Oficial Eletrônico (https://atos.teresopolis.rj.gov.br/diario/#/diarios), como, aliás, informava a reprodução do DO, que ilustrou a notícia.

O aluguel dos computadores é novidade que contrasta com o discurso de campanha do prefeito Vinícius, candidato que na eleição extemporânea de junho de 2018 sugeria ser a locação de impressoras coisa fraudulenta, com superfaturamento, prometendo que acabaria com a farra dos alugueis, que foi mantida depois de eleito, e agora ampliada para outros itens dispensáveis de aluguel, porque certamente não é o modelo mais econômico para os cofres públicos, tanto que a Educação, que sofre fiscalização mais rigorosa a aplicação de sua verba, compra os equipamentos que utiliza.

Segundo a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia “o valor inclui a locação de 443 equipamentos, que atenderão toda a estrutura da Prefeitura, com prioridade para os serviços essenciais para a população, como Saúde, Serviços Públicos e Defesa Civil, por exemplo, esclarecendo ainda que o valor contratado “inclui a manutenção, troca imediata, quando necessário, suporte e licenças necessárias. Ressaltando-se que somente o gasto estimado para licenças de sistema operacional seria de R$ 682.574,00, sem contar com a necessidade de manutenção e reposição de peças ao longo de 4 anos”, afirmando ainda que no modelo de contrato “não existe depreciação dos equipamentos e que o valor desembolsado é diluído ao longo de 48 meses”.

A secretaria de Ciência e Tecnologia não justificou a real necessidade de aluguel dos 443 computadores, ou que serviço novo será prestado com a sua utilização, considerando que a prefeitura tem computadores próprios, não se sabendo também o que será feito deles quando forem utilizados os equipamentos alugados.

Na campanha uma opinião, na gestão outra

Um dos materiais de campanha do político Vinícius Claussen de maior contundência e crítica contra a “velha política” trazia um comparativo que chamava a atenção para uma disparidade preocupante. De um lado, os gastos com o aluguel de impressoras e do outro, aquilo que se empenhava com o saneamento básico, números realmente assustadores, cerca de quatrocentos mil reais para os alugueis contra pouco mais de duzentos mil para o meio ambiente. O que não se esperava era que hoje, depois de mais de nove meses de governo, quase nada tenha mudado com a prática, na verdade o que mudou surpreende, somente em 2019, a mesma empresa que prestava serviços para gestões anteriores recebeu empenhos de cerca de R$ 820 mil.

Pelos contratos de aluguel de impressora mantidos, e agora de computadores também, e o avanço zero da administração municipal no quesito saneamento básico, se percebe que a feia prática superou o bonito discurso.