Marcello Medeiros
Luiz Bandeira
Na tarde desta quarta-feira, 30, equipe da 110ª Delegacia de Polícia cumpriu mandado de prisão preventiva em desfavor de um homem residente na Rua Elvira Lipi Silva, no bairro do Alto, denunciado na última semana pelos crimes de tentativa de feminicídio e cárcere privado, sendo vítima a mulher com quem ele havia mantido relacionamento amoroso por um período. Ele não estaria aceitando o fim do relacionamento e agido com a intenção de matá-la e tirar a própria vida em seguida. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os delitos depois que uma irmã da vítima, após quatro dias sem notícias sobre o seu paradeiro, esteve na casa do acusado e a encontrou presa nos fundos do imóvel. “Ao realizar buscas J. foi encontrada dentro de um buraco no chão, estando aparentemente dopada, não tendo condições de esclarecer os fatos”, informa trecho do depoimento da testemunha. O crime bárbaro foi notificado no último domingo, 27, só tendo ocorrido a prisão do apontado autor nesta quarta porque a Autoridade Policial responsável pelo caso optou em aprofundar as investigações para dar o desfecho adequado aos crimes denunciados. Em entrevista exclusiva para o jornal O Diário e Diário TV, o Delegado Titular da 110ª DP, Márcio Mendonça Dubugras, relatou a macabra história que poderia ter acabado em morte.
“Chegou para a delegacia uma informação a respeito de uma mulher que teria sido colocada em um local em mantido em cárcere por quatro dias. Porém, no momento que foi apresentada na delegacia estava totalmente dopada. O autor, que é ex-companheiro, também estava dopado. Então, necessitávamos de mais informações e esclarecimentos para chegar a uma conclusão. Realizamos diligências, ouvimos todas as pessoas sobre o fato e no momento adequado foi feita a oitiva da vítima, além de perícia no local e foram ouvidos familiares da vítima. Assim pudemos instaurar o inquérito pelos crimes de tentativa de feminicídio e cárcere privado e foi feita por mim uma representação pela prisão do ex-companheiro da vítima. Cabia ter certeza que ela realmente foi levada para lá e colocada contra sua vontade. Em depoimento ele diz que havia sido por vontade dela, então precisávamos esclarecer, mas foi comprovada na investigação que a mulher foi mantida naquele local contra a sua vontade. Assim foi feita a representação pela prisão dele e hoje foi expedido o mandado de prisão”, relata o Delegado, informando que o acusado pode ser condenado de 12 a 30 anos de cadeia por atentar contra a vida da ex-companheira.
Também nesta quarta-feira, Dubugras enfatizou a importância do desenrolar da apuração da grave situação para evitar que o denunciado fosse liberado no mesmo dia. “Às vezes as pessoas querem uma resposta imediata, mas é preciso que tudo seja bem apurado. Se a investigação for mal feita, aquele que praticou um crime grave pode sair em liberdade. Pode ser preso no dia e sair na audiência de custódia (quando o acusado é apresentado ao juiz, logo após o flagrante) porque os fatos não foram bem esclarecidos. Hoje saiu a prisão dele por força de preventiva, o que só ocorre quando é instaurado adequadamente o inquérito, ficando preso até o final do processo. Então não é 15, 30 dias, vai ficar preso até o final, e isso que é importante”, atenta o Delegado, que finalizou elogiando o posicionamento da vítima em denunciar o seu agressor. “Era fundamental o depoimento dela. É uma mulher corajosa. Exemplo de que as vítimas de crimes graves têm que denunciar os fatos para que a polícia possa fazer alguma coisa. É preciso ter coragem e denunciar”, enfatizou.
Foto: Rodrigo Medeiros
“Era fundamental o depoimento dela. É uma mulher corajosa. Exemplo de que as vítimas de crimes graves têm que denunciar os fatos para que a polícia possa fazer alguma coisa. É preciso ter coragem e denunciar”, enfatizou o Delegado Márcio Dubugras