Fundação Oswaldo Cruz e Rio pela Vida
A elevada ocorrência de casos de Covid-19 no Rio de Janeiro coloca o estado no ranking dos piores índices de letalidade pela doença no Brasil. Dados evidenciam que a não adoção das medidas de distanciamento social, a baixa adesão e o uso de máscaras de baixa qualidade, junto ao contato nos transportes públicos, propiciam maiores níveis de contágio. Como uma forma de enfrentamento a esta grave situação de saúde pública, o movimento Rio pela Vida, com apoio da Fiocruz e outras instituições, iniciará, na próxima quarta-feira (9/6), a distribuição de 100 mil máscaras de proteção individual em pontos estratégicos de grande circulação de pessoas que utilizam o transporte público na cidade.
Neste primeiro dia, a ação acontecerá a partir das 12h, na Central do Brasil, em parceria com a SuperVia. A iniciativa prevê percorrer, em data a ser confirmada, outras estações de trem, além da distribuição no metrô, BRT e barcas. As máscaras, que foram doadas para a Fiocruz pela empresa Merck, seguem as exigências da Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenção do Sars-CoV-2 e suas variantes.
A intenção é ressaltar para a sociedade a importância do uso de máscaras adequadas, especialmente entre as pessoas que se expõem diariamente no deslocamento para o trabalho e também para aquelas cujas atividades laborais demandam maior contato interpessoal. Na Central do Brasil, por onde passam mais de 100 mil pessoas em dias normais (entre embarque e desembarque em algum transporte, seja metrô ou trem, além de outras que transitam), uma costureira irá confeccionar máscaras artesanais cuja eficácia foi previamente comprovada.
“Com isso, damos o primeiro passo para uma campanha de maior alcance, possibilitando o acesso da população às máscaras e organizando a produção de modelos apropriados. A proposta é incentivar a doação de tecidos e recursos para remuneração de costureiras que possam confeccionar essas máscaras. Serão as máscaras Rio Pela Vida”, comenta Valcler Rangel, assessor de Relações Interinstitucionais da Fiocruz. A Fundação é uma das instituições que está à frente da iniciativa.
As máscaras de tecido são aliadas estratégicas contra a Covid-19, mas demandam cautela sobre a sua escolha e utilização, pois precisam promover a barreira para evitar a entrada e a saída do vírus. O protótipo das máscaras Rio pela Vida passou por ensaios em laboratórios credenciados pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), demonstrando eficácia, no que diz respeito à vazão da permeabilidade do ar. O modelo, criado por meio de uma pesquisa de doutorado realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), contempla três camadas de tecido, além da inserção de elemento filtrante em celulose (tipo filtro de café).
O uso de máscaras, atrelado a outras medidas como o distanciamento social, a permanência em ambientes ventilados, a higienização constante das mãos e a aceleração da vacinação são as medidas mais importantes na prevenção da Covid-19. Estudos apontam que, utilizar corretamente as máscaras, em pelo menos 80% da população, reduz acentuadamente a transmissão do novo coronavírus, tendo impacto direto na redução de casos e óbitos. Trata-se de uma atitude simples, que pode contribuir de forma satisfatória enquanto continuamos ampliando a imunização, fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS) e seguindo as orientações da ciência e das autoridades sanitárias.
Rio pela Vida
A iniciativa Rio pela Vida une instituições, lideranças culturais, religiosas, políticas, comunitárias, sindicais, empresariais e, em especial, representações científicas e de profissionais de saúde para enfrentarmos a Covid-19, por meio de ações da sociedade civil.