Wanderley Peres

Criado em 1989, o Parque de Exposições em Albuquerque, onde passaram a ser realizados os eventos de exposições agropecuárias do município desde então, virou local de exposição de sucatas, servindo ainda como depósito de materiais para manutenção das vias públicas, onde estão amontoadas as fresas de asfalto que a prefeitura recebe em doação e se acumulam, também, os montes de cascalhinho e outros materiais. Entre os bens inservíveis flagrados no local pela reportagem do DIÁRIO DE TERESÓPOLIS essa semana, estão pedaços de veículos que aguardam os desdobramentos dos processos administrativos para o descarte em leilão, além de diversos veículos aparentemente em bom estado, que vem sendo depenados à luz do dia, diariamente, cena que era para ser tida como incomum e passou a ser rotineira no local, onde motores, caixas de marcha, lanternas e paralamas vão sendo retirados sem nenhum critério. Ônibus da Educação, que por um detalhe no funcionamento foram parar no local acabaram em carcaça, não sobrando nem as suas laterais, partes do veículo que não se sabe a utilidade em reposição para outros em uso. Vans escolares e da saúde, e ambulâncias que até bem pouco tempo eram expostas em frente à prefeitura como conquista do governo municipal junto a deputados e ao próprio governo do estado, se acumulam umas sobre as outras, sem motor, painéis e os preciosos comandos eletrônicos, maior problema que o tipo de veículo também muito usado além da saúde apresenta.

Segundo a prefeitura informou a O DIÁRIO, estão guardados no local 74 veículos “em estado de sucata”, todos aguardando agendamento de leilão, ainda sem previsão de data para ocorrer. De responsabilidade do setor de manutenção, da Subsecretaria de Transporte, subordinada à Secretaria de Segurança e Trânsito, os veículos teriam se transformado em “peças de reposição” que, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura podem ser retiradas para substituição em outros veículos da frota municipal, “com a devida autorização e urgência, para conserto de um veículo que está rodando, e tendo o outro já em processo de descarga, pode ser feita essa permuta”, informou o governo.

Construção imponente, com grande área para expositores e boa infra-estrutura, composta de quiosques em alvenaria, banheiros, locais para palcos e um generoso pátio que comportou mais de 20 mil pessoas por diversas vezes, o Parque de Exposições de Albuquerque, construído para sediar a festa do produtor rural, já foi local de grandes atrações.

Até 2013 quando entrou em degradação, era o local de apresentação dos shows de Daniel, Leonardo, Sandy & Junior, Lulu Santos, Bruno e Marrone, Michel Teló e outros, além de eventos como as festas do Cavalo Pampa, campeonatos de som, festa de peão boiadeiro e até desfiles cívicos da secretaria municipal de Educação.

Mega estrutura que serviu a tantos propósitos na área do entretenimento, superior em espaço à Praça Olímpica e o Parque Regadas, que está alugado por R$ 11 mil a um particular entre os dias 16 e 22 de junho, o Parque de Exposições vinha até sendo arrendado a terceiros, pagando uma empresa de eventos particulares pela sua utilização, cerca de cinco anos atrás, a quantia de R$ 45 mil, sendo usado também, até pouco tempo, para as festas de formatura da FESO.

Perguntada sobre os eventos no Parque, a Prefeitura informou que
“o parque está devidamente aberto para eventos, seja da iniciativa privada através de locação, conforme estabelecido em lei, como também para a realização de eventos públicos”. E que, esses “eventos foram suspensos devido a Pandemia do Covid-19, e que em breve voltarão”.

Sobre a possibilidade da volta da FEPORT esse ano, o governo disse que ainda não há confirmação de data, mas que o evento está previsto do calendário de 2022 e que o aluguel do espaço para terceiros, tendo como base o aluguel para a FESO, foi de R$ 1.500 o dia para o período de 30 dias, contando o período de montagem e desmontagem. Se o espaço vai voltar a ser alugado para os alunos da Faculdade, o governo informou que “Projeto de lei do Executivo Municipal foi encaminhado ao Legislativo, mas ainda não foi votado pelos vereadores”.

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