Marcello Medeiros
Na última quarta-feira, 06, quando o município completou 131 anos de emancipação político-administrativa, tivemos outro motivo para comemorar: na mesma data completou 13 anos a criação do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. Em 06 de julho de 2009, com a presença do então Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, foi assinado o Decreto Municipal 3.693/09, documento que criou o PNMMT. A unidade de conservação ambiental tem como símbolo a Pedra da Tartaruga, mas representa esperança de um futuro melhor não só para essa formação rochosa, mas para vários bairros e localidades onde ela está inserida. Santa Rita, no Segundo Distrito, por exemplo, duramente afetada pela Tragédia de 12 de Janeiro de 2011, hoje vislumbra um caminho diferente graças ao turismo ecológico promovido pela sede local que funciona na antiga Fazenda Urso Branco e a cada ano investe em mais atrativos turísticos. Logicamente também não podemos esquecer as muitas conquistas em relação à conservação ambiental.
Esta semana, o parque, que agora tem na chefia os biólogos Vitor Cunha e Ricardo Mello, destacou algumas das ações realizadas nessa bonita história que tem grande conexão com a reconstrução do próprio município: – Monitoramento da biodiversidade, que vem ganhando destaque com registros de espécies importantes para a conservação, como é o caso da onça-parda, lontra, mão-pelada entre outras inúmeras espécies que compõem a fauna local. – O roteiro de observação de aves que atrai observadores de todos os lugares. Roteiro esse que se tornou importantíssimo, uma vez que novas espécies foram catalogadas e acrescentadas a lista de ave fauna do PNMMT. – Reestruturação da área de Uso Público com uma sinalização objetiva mais harmonizada com o ambiente natural, novas trilhas com diferentes níveis de dificuldade, Campo Escola de Escalada, labirinto, centro de visitantes e áreas de piquenique além da consolidação de um calendário de eventos sempre voltado para atividades que atendam os objetivos da UC envolvendo meio ambiente, comunidade e visitantes.
Uma “nova” Tartaruga
Quem está conhecendo agora essa localidade ou esteve na Pedra da Tartaruga só recentemente, talvez não tenha ideia da importância do parque para a conservação ambiental e o turismo ecológico. Voltando ao núcleo mais conhecido, o da Pedra da Tartaruga, até meses antes da oficialização do PNMMT grande parte daquela região sofria com a extração de pedras. Grandes campos abertos, barulho de talhadeiras e até explosões faziam parte desse caótico cenário, indicando que, se nada tivesse sido feito, provavelmente hoje a montanha símbolo estaria totalmente descaracterizada e, possivelmente, um novo bairro teria surgido entre Salaco e Córrego dos Príncipes.
Outro bom exemplo é em relação à maneira que o local era utilizado pelos frequentadores. Em agosto de 2008, quase um ano antes da criação da unidade de conservação, grupo do Centro Excursionista Teresopolitano (CET) realizou um mutirão de limpeza na Pedra da Tartaruga e retirou, somente nas proximidades do cume, três grandes sacos de lixo – sem contar os colchões velhos e outros objetos deixados erroneamente em ambiente natural. Hoje, após mais de uma década de muito trabalho, os cenários são totalmente diferentes. Os campos abertos nas antigas áreas de extração de pedras sucumbiram aos processos de sucessão ecológica, diminuiu drasticamente o volume de lixo deixado nas trilhas, mesmo com o aumento na visitação, e diversos animais têm sido vistos em toda a região.
Mais sobre o parque
Com diversos atrativos, como caminhada, escalada, camping e rapel, o PNMMT tem 4.397 hectares, fazendo limite com o Serra dos Órgãos no bairro do Caleme e se estendendo até a localidade de Ponte Nova, no Segundo Distrito. Para a sede Santa Rita, o principal acesso do parque é via BR-116. A referência é a localidade de Holliday, pouco depois do Fischer e cerca de um quilômetro antes do posto da PRF em Três Córregos. Saindo da rodovia federal, há placas indicando o caminho até Santa Rita. Depois de subir ao lado do Holliday, a estrada em declive leva até um antigo campo de futebol. Em seguida, basta seguir para a direita e, pouco depois, já se avista a portaria da unidade de conservação ambiental. Para o núcleo Pedra da Tartaruga, a referência é o bairro do Salaco, havendo placas indicando o caminho a partir da Estrada José Gomes da Costa Júnior, mais conhecida como Estrada da Posse.