Faltando apenas três semanas e alguns dias para a eleição, ainda está muito devagar a campanha eleitoral em Teresópolis para as câmaras estadual e federal e ao Senado, com o eleitor mais preocupado em quem votar contra para presidente ou, no máximo, para governador do Estado, liderando as pesquisas o Lula e o Bolsonaro e Cláudio Castro e Marcelo Freixo, os nomes que mais se ouvem também por aqui. Para o senado, timidamente, ouve-se aqui e ali alguém dizendo que pretende votar num dos três candidatos que despontam nas pesquisas, e só. Para deputado federal e deputado estadual, parece que a campanha ainda vai começar, tão insosso que está o interesse do eleitor.
Não há motivo para tanta timidez dos candidatos porque dinheiro tem. Conforme apurou O DIÁRIO em consulta no site do Tribunal Superior Eleitoral, os candidatos de Teresópolis já têm em conta mais de R$ 1 milhão para colocar os nomes nas ruas. E mais dinheiro está para chegar, podendo dobrar o valor, é o que esperam os pretendentes nossos às vagas da Alerj e da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Serão 1.068 candidatos às 46 vagas de deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro esse ano, e 9 dos pretendentes tem domicílio eleitoral em Teresópolis, os considerados “candidatos da terra”, são eles: Os vereadores Gustavo Simas, União e Maurício Lopes, União; o ex-secretário Marcos Jaron, Solidariedade; o ex-deputado Nilton Salomão, Cidadania; Roberta Barcelos, PSol; Leandro Neves, PP; Marcos Juliano, Novo; Nelson Durão, PROS e Ivan da Saúde, do Republicanos. Disputando as 70 vagas na Alerj são bem mais, 1.624 candidatos, e doze são os pretendentes com domicílio eleitoral em Teresópolis: Carol Quintana, PT; Maria Bertoche, PSol; Regina Fechó, PSD; Silvinho Despachante, Republicanos; Rafael Apoiadores do Bolsonaro, PL; os vereadores Amós Laurindo, do MDB e Leonardo Vasconcellos, do União Brasil; Pedro Werneck, do PTB; Celso Dalmaso, Patriotas; Marquinho Faria, PSDB; Fernando Pfister, Cidadania e Wil Bragança, do PRTB.
Entre esses 21 candidatos da terra, o que mais recebeu recursos para a campanha oriundos do Fundo Eleitoral foi o vereador Gustavo Simas, R$ 300 mil, mais R$ 1 mil de doador. Embora esteja como o mandato cassado, condenação que significa inelegibilidade, segundo a decisão do TRE, sua candidatura a deputado federal tem parecer favorável da Procuradoria Eleitoral e deve ser concedida nos próximos dias. Outros candidatos a deputado federal “da terra”, Nilton Salomão recebeu R$ 250 mil do fundo eleitoral e R$ 18.680 de doadores; Mauricio Lopes, R$ 100 mil de fundo eleitoral; Ivan da Saúde, R$ 50 mil de fundo eleitoral e Marcos Jaron, R$ 20 mil do partido. O professor Marcos Juliano, do Novo, não recebeu dinheiro de Fundo Eleitoral, apenas R$ 677,20 do partido e R$ 3.700 de dinheiro próprio e doação. Leandro Neves e Nelson Durão não prestaram contas à Justiça Eleitoral de valor algum.
O candidato a deputado estadual que recebeu maior volume de dinheiro do Fundo Eleitoral foi Leonardo Vasconcellos, R$ 200 mil e R$ 1.212,00 de doação; seguido de Regina Fechó, R$ 145.000 e R$ 4.651 de doações; Amós Laurindo, R$ 50 mil e R$ 4.650 de doadores; Maria Bertoche, R$ 27.444; Silvinho Despachante, R$ 20 mil e R$ 9.150 de doadores; Carol Quintana – R$ 15.300 R$ 300 de doação; Marquinho Faria, do PSDB; 5 mil; Fernando Pfister, do Cidadania; 10 mil. Celso Dalmaso; Pedro Werneck, Rafael Bolsonaro e Wil Bragança não prestaram contas à Justiça Eleitoral de valor algum.
Apesar do site do TSE apresentar o volume de apenas cerca de R$ 1 milhão e 200 mil de recursos recebidos por 15 dos 21 candidatos da terra, alguns destes fazendo campanha muito modesta para o total recebido, inferior ao volume de campanha de outros que não teriam recebido nada ainda, ou muito pouco, o status de doações pode mudar a qualquer momento e será atualizada a matéria.
Considerando o seu status e a quantidade de votos que fez para eleger-se, sendo o segundo menos votado do pleito de 2020 para vereador, salta aos olhos o volume de dinheiro que partido União Brasil destinou para a candidatura de deputado federal de Gustavo Simas, praticamente sem campanha nas ruas. E causa surpresa, também, a movimentação financeira de outros candidatos bem votados aqui, sendo por muitos considerados também “da terra”. Expressão política de peso, o deputado estadual André Corrêa, por exemplo, não recebeu nada do Fundo Eleitoral, tendo apenas à disposição R$ 112 mil que o pai, Luiz Antônio, candidato a deputado federal, repassou à sua campanha, do total de R$ 2 milhões de fundo eleitoral que recebeu do partido.
O candidato bolsonarista Luiz Lima, deputado federal mais votado da última eleição em Teresópolis e que não mandou uma emenda parlamentar ao menos para a cidade, nem por aqui aparecendo depois de eleito, este recebeu R$ 500 mil do fundo eleitoral e o “da terra” Hugo Leal, recebeu R$ 1 milhão e 400 mil, bem menos, por exemplo, que Leonardo Picciani, da dobrada de Amós Laurindo, do MDB, que recebeu R$ 2 milhões e meio de fundo eleitoral, dinheiro que deve ser gasto também por aqui com a sua casada de candidatura.