Luiz Bandeira
As modificações implantadas no trânsito da cidade no início de 2020, com o objetivo de dar mais fluidez a um novo sistema de transporte coletivo de passageiros criado pela prefeitura, sem que se apresentasse um propagado estudo de viabilidade técnica e que inverteu sentido de ruas, fechou retornos, proibiu estacionamentos e ainda causou muita confusão para motorista, motociclistas e pedestres, ainda geram muita discussão e críticas. Esta semana voltou à pauta um desses tópicos, o fechamento de parte da Rua Dr. Oliveira, na Barra do Imbuí. Com o pretexto de viabilizar as alterações implantadas no bairro, que transformou um trecho na Avenida Presidente Roosevelt em mão única, assim como as ruas Manoel Dias e Monsenhor Sotero, cerca de 30 metros da via, ao lado da Praça Maria Corina Paim Turl, agora servem apenas como acesso ao estacionamento de um supermercado e a um ponto de táxi. Na sessão da Câmara de Vereadores da última terça-feira, 18, o assunto foi motivo de debate entre os edis.
Amós Laurindo abriu a discussão relatando que apenas o mercado foi beneficiado com a mudança. “Já foi tema dessa casa, mas não conseguimos formalizar o entendimento dessa rua, uma rua que foi fechada e até momento não entendemos o porquê. Discutimos, falamos, mas não foi formalizado e não tivemos resposta do Executivo a respeito. Estamos agora formalizando um pedindo de informação para saber se foi feito estudo técnico, se fez parte do plano de mobilidade urbana… Sabemos que teve alteração de vias e de repente algum estudo baseado nessa substituição das vias. Então queremos um retorno a respeito do entendimento dessa decisão tomada, que até o momento não foi divulgada. Hoje ela funciona exclusivamente para atender um supermercado. Se foi oficializado, tenho certeza que não passou por essa casa. Existe alguém sendo beneficiado e o município não tem contrapartida, o supermercado tem benefício e o município não tem nenhum retorno”, denunciou.
O vereador Rangel disse não aceitar a justificativa de que o município não tem recursos para instalar semáforos no cruzamento e saiu em defesa do mesmo estabelecimento comercial. “O único motivo é que município não tem verba para instalar sinal ali e fica com medo de ter acidente, a justificativa é basicamente essa. Mas não justifica, não precisa de sinal, sempre entrou e saiu ali, sem sinal”. Rangel ainda disse que nem o supermercado é beneficiado com a interdição, “E tem que tirar essa mística que fortaleceu alguém. O administrador do mercado diz que prejudicou, que perdeu cliente, que precisa fazer transbordo do que recebe no mercado para outros locais, com caminhões menores… Então só tem uma justificativa para estar fechado: pura e simples vaidade”, apontou.
Já o médico Dr. Amorim sugeriu criar no local uma área de pedestres. “Essa rua tem que ser liberada para a população. A resposta que tem que ter é essa ou então que faça rua de pedestre e que não entre carro também. O que não pode é ficar livre acesso ida e volta para estacionamento de mercado”, pontuou Dr. Amorim.
Posicionamento da PMT
Atendendo a um pedido de resposta enviado ao governo municipal, a Assessoria de Comunicação enviou para a nossa redação a seguinte nota: “A Prefeitura de Teresópolis informa que o fechamento do trecho inicial da Rua Dr. Oliveira foi realizado com base em estudo técnico de trânsito realizado em 2020, na época da implantação do sistema de integração do transporte coletivo municipal. O objetivo foi dar fluidez ao trânsito e garantir a segurança de pedestres e motoristas que circulam pela região. O estudo levou em conta o impacto do aumento de circulação de veículos na Avenida Presidente Roosevelt em direção a vários bairros e indicou a referida alteração para dar mais segurança aos condutores de veículos no cruzamento da Rua Dr. Oliveira com a Avenida Presidente Roosevelt, à travessia de pedestres naquele trecho, ao embarque e desembarque de passageiros de ônibus e de táxis e a os frequentadores da Praça Maria Corina Paim. Para dar suporte à mudança, a Rua Manoel Dias foi pavimentada, reduzindo a trepidação relatada por moradores e comerciantes da referida via pública. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, após a mudança foi verificada redução em mais de 90% dos acidentes de trânsito naquele trecho”.