Mochileiro – Marcello Medeiros
Publicada pelo jornal O Diário há 17 anos, a coluna “Mochileiro” é pioneira na divulgação dos atrativos naturais e culturais do município, muito antes da facilidade das redes sociais, que permite que muita gente reproduza suas atividades e, em quase mesma proporção, muitas páginas ganhem seguidores apenas compartilhando o conteúdo de terceiros. Além de ser a primeira grande mídia a valorizar nossas belezas e história, esse espaço também ganhou destaque por incentivar a criação e manutenção de roteiros diferentes, sempre preservando esses ambientes para que possam ser visitados por nossas futuras gerações. E, na edição de hoje, segue mais uma dica para você teresopolitano ou turista interessado em conhecer melhor a zona rural do município. O roteiro que irei recomendar foi realizado de bicicleta, mas também pode ser feito com outros meios de condução ou mesmo a pé, sendo que nessa opção será necessário realizar parte do caminho com algum tipo de veículo ou, ainda, dividindo em mais de um dia.
Segundo e Terceiro Distritos de Teresópolis são conhecidos essencialmente pela produção rural, mas também tem muito verde e preservação em destaque por conta das unidades de conservação que cercam nosso município. A dica de hoje é a região entre Imbiú, Campo Limpo e Sebastiana, no Terceiro Distrito, onde é possível admirar diferentes ângulos do Parque Estadual dos Três Picos, contemplar a grandiosidade de cursos d´água como o Rio Preto, fotografar e tentar imaginar outras épocas graças a preservação de antigos templos religiosos, sem esquecer a grandiosidade da produção rural.
Tais localidades têm acesso pelas duas principais rodovias da região, a RJ-130, nossa Teresópolis-Friburgo, e a BR-116, mais conhecida como “Rio-Bahia”. De bicicleta, saindo do Centro, indo por uma estrada e retornando por outra, são aproximadamente 60 quilômetros. Quem optar usar como ponto de partida a estadual, deve entrar nas proximidades do quilômetro 15, tendo como referência o Sobrado Histórico Francisco Lippi. Aliás, esse pequeno museu já é um ponto que merece ser visitado. Pela estrada federal, a referência para acessar Campo Limpo – e depois Sebastiana e Imbiú – a localidade de Pessegueiros, no quilômetro 67.
Templos e construções antigas
Dois antigos templos católicos em Campo Limpo são referência para quem gosta desse tipo de construção, além da sua função primordial, logicamente. Atual capela em funcionamento, com realização de missas aos finais de semana, a de Nossa Senhora de Fátima fica ainda mais bonita no período de floração dos Ipês amarelos. A cerca de quatro quilômetros de distância, e vizinha ao cemitério do Rio Preto, a capela de Nossa Senhora da Conceição deixou de ser utilizada pela comunidade em 2011, desde que o inesperado volume do Rio Preto, na Tragédia de 12 de Janeiro, arrastou a pequena ponte que dava acesso para a grande maioria dos moradores que frequentava o espaço. Com estilo de construção bastante incomum para nossa região, o pequeno templo hoje está abandonado e, por um período, chegou a ficar aberto.
Falando em construções que ajudam a preservar épocas diferentes, uma casa abandonada em frente à Escola Municipal José Guarilha Junior, em Sebastiana, é um convite a pensar como era a vida na zona rural décadas atrás. Ao longo dessa e outras estradas, há outros imóveis que remontam a um tempo que insiste em correr devagar na zona rural do município. Sobre as vias do interior, importante lembrar que há diversas possibilidades de conexões entre Segundo e Terceiro Distrito, então a dica é pegar as referências de entrada e saída e explorar esses cantinhos diferentes de Teresópolis. Para saber mais sobre esses e outros roteiros, acesse o Instagram /mochileiro_marcello